segunda-feira, 27 de março de 2017

O Enterro da Copa do Nordeste

Dirigentes ignorantes declaram o sepultamento da Copa do Nordeste.



A Copa do Nordeste como está concebida na edição de 2017, foi uma criação dos clubes da Paraíba, cuja idealização foi encampada pelo saudoso Presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Dr. Carlos Alberto Gomes de Oliveira. Evidentemente, que os clubes do Maranhão e Piauí foram uma invenção que viola as regiões futebolísticas do Brasil, incluindo clubes da região norte no nordeste.

Com esta inclusão sem propósitos a melhor competição regional do Brasil que serviu de modelo para as demais regiões administrativas do estatuto da CBF começou a degringolar. O torneio sofreu um inchaço de 16 para 20 clubes e nestes dias sobrou desgraças para todos os clubes de seis estados (Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe e até para os criadores que lideraram a criação do Torneio que também perderam uma equipe grande e uma média.

Para compensar o erro crasso na redução dos clubes de 20 para 16, os dirigentes que de organização e mercados só conhecem os próprios chifres, aprovaram a redução dos clubes de seis estados que perderam as suas perspectivas de progresso e desenvolvimento.

A inclusão de todos os campeões estaduais foi uma boa medida, assim como, a inclusão dos 11 clubes melhores ranqueados no mata-mata classificatório a partir de 2019. Entretanto, o torneio perdeu milhões de telespectadores e torcedores dos clubes de massa excluídos dos seis Estados que incluem clubes centenários tradicionais como Sampaio, Moto, MAC, Imperatriz, Flamengo e River-PI, clubes do interior do Ceará, os grandes do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e um grande e um médio de Pernambuco. Enfim, uma verdadeira catástrofe que se abateu sobre o torneio e a empresa Esporte Interativo que o financia.

Houve uma reclamação do Presidente da FPF-PE pelo risco que passaram correr um dos três grandes clubes de Recife e os seus clubes médios como Salgueiro, Central e outros. Já os presidentes das Federações do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe concordaram com o assassinato dos seus principais clubes grandes de massa. Em que mundo nós estamos?

É o que dá enviar para estas reuniões, pessoas que não entendem absolutamente nada de organização, certames e mercados.

Como um certame pode obter sucesso de audiência e público se os dirigentes de Federações eliminam os seus próprios grandes clubes, os colocando em partidas eliminatórias sem qualquer financiamento televisivo?

A eliminação do torneio de um clube de massa das seis entres as principais capitais do nordeste - São Luiz, Teresina, Natal, Jampa, Maceió e Aracaju e a possibilidade real de exclusão de um dos clubes grandes de massa de Recife e vários clubes em franco desenvolvimento do interior do nordeste - Imperatriz, Icasa, Potiguar, ASA, Itabaiana, Central, Salgueiro e clubes de massa como Treze e Campinense da Paraíba e até do Botafogo de João Pessoa, soa como um loucura esquizofrênica dos dirigentes de clubes que não reclamam e presidentes de federações que só dizem amém aos seus patrões.

Tudo para atender a ganância financeira dos quatro grandes clubes da Bahia e Ceará, já que o Presidente da FPF-PE votou contra esta medida desavergonhada. O mais lamentável é a Esporte Interativo que abastece o torneio com preciosos recursos financeiros concordar com a fuga de audiência e torcedores dos mercados entre os mais promissores do Nordeste.

A Copa do Nordeste poderia ser alavancada com o aumento de clubes para 32 participantes com 21 clubes ranqueados dos sete Estados orientais, um clube paritário para valorizar os certames estaduais e mais o campeão e vice-campeão da Copa do Nordeste do ano anterior e mais o campeão e vice-campeão de uma Série B a ser criada - 7 x 3 = 21 (Ranqueados) + 7 Paritários dos certames estaduais e mais 4 campeões e vice-campeões das duas divisões - Total 32 clubes divididos em 8 grupos de quatro clubes se classificando dois de cada para a segunda fase.

Vejam como ficaria a distribuição dos clubes âncoras ranqueados:

Bahia, Vitória e Juazeirense - Bahia
Sergipe, Confiança e Itabaiana - Sergipe
CRB, CSA e ASA - Alagoas
Sport, Náutico e Santa Cruz - Pernambuco
Botafogo, Treze e Campinense - Paraíba
ABC, América e Globo - Rio Grande do Norte
Ceará, Fortaleza e Icasa - Ceará

Uma quarta vaga para cada Estado de modo paritário contemplaria mais sete clubes das capitais e do interior, como Maranhão Atlético Clube, Imperatriz, Flamengo-PI, Altos-PI, Guarany-CE, Ferroviário-CE, Potiguar e Baraúnas-RN, Auto Esporte, Atlético e Souza-PB, Central e Salgueiro-PE e outros clubes do interior de Alagoas, Sergipe e Bahia em franco desenvolvimento. A opção com 32 clubes contemplaria apenas os clubes do Nordeste oriental, mas se quisessem incluir os clubes do Maranhão e Piauí teríamos 9 x 3 = 27, mais 9 paritários = 36 e outros 2 advindos dos primeiros colocados do ano anterior e 2 da Série B = 40 clubes em 10 chaves de quatro. Entretanto, o ideal seria apenas 32 clubes do Nordeste Oriental. Os clubes do Maranhão e Piauí participariam da Copa do Meio Norte com os clubes do Pará e Amapá que precisam também de socorro. Que se habilite alguma emissora de TV para financiar este belo torneio. Vejam que o fabuloso torneio tem viabilidade tanto com os clubes do Nordeste Oriental quanto incluindo Maranhão e Piauí. Ao excluir os clubes dos quatro pequenos estados do Nordeste Oriental, o mercado é quebrado em aproximadamente 12, 8 milhões de habitantes e potenciais telespectadores, matando a própria financiadora e seus mercados. Sem falar na desilusão e depressão dos torcedores destes Estados. Este número de exclusão aumenta para 23 milhões com o afastamento dos clubes do Maranhão e Piauí. Em resumo, as bestas quadradas detonaram quase 50% dos telespectadores e torcedores potenciais. Trata-se de um bando de asnos sem futuro.

Na nossa proposta integradora, todos os clubes âncoras regionais estariam contemplados e mais os melhores classificados em seus respectivos certames estaduais.

Para contemplar mais clubes estaduais seria criada uma Série B da Copa do Nordeste com até 64 clubes com chaves estaduais para baratear o custo com os demais clubes de cada Estado disputando as suas chaves no âmbito de cada Estado, a critério de cada Federação. Esta série B seria jogada às quartas e a série A aos sábados e domingos. Um verdadeiro maná de recursos de televisão, governos, prefeituras e arrecadações para cerca 96 clubes regionais. Isto sim é desenvolvimento para todos.

De uma coisa estou certo. Com apenas um clube do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe e sem os principais clubes do interior de todos os Estados, serei o primeiro a abandonar a audiência de TV e Estádio, que perdeu completamente o sentido para os torcedores nordestinos. Nós não estamos interessados em assistir jogos dos clubes e Federações ditadoras da Bahia, Pernambuco e Ceará no novo formato que exclui a maioria dos clubes regionais.

Que façam um torneio velho mequetrefe Bahia-Ceará, já que os torcedores e dirigentes de Pernambuco também não estão interessados em perder um de seus grandes clubes e outros médios do interior.

O recado está dado e depois não me venham com chorumelas pelo sepultamento do maior torneio regional do país, que acaba de falecer melancolicamente após 23 anos de absoluto sucesso.

Este atentado contra os clubes da maioria dos Estados do Nordeste é um desrespeito total aos criadores e organizadores da Copa do Nordeste que enfrentaram todo tipo de opressão dos dirigentes da CBF e tiveram que lutar na justiça por longos sete anos para conseguir o seu majestoso torneio de volta em 2010.

Conclamo todos os torcedores dos Estados oprimidos a pressionarem os seus dirigentes para a retirada sumária de seus clubes deste torneio Bahia-Ceará com zero de audiência e a punição aos Presidente de Federações que aprovaram a morte de seus filiados.

Escrito pelo idealizador, um dos criadores e batalhador do torneio concebido em setembro de 1990 para libertar os clubes nordestinos da violenta opressão dos doze clubes do Eixo Rio-São Paulo-Belô e Porto Alegre que neste exato momento passa a sofrer a opressão vergonhosa de seus próprios clubes parceiros da fundação.

Vamos criar uma nova Copa do Nordeste com os clubes dos Estados solidários liderados pelo Presidente da Federação Pernambucana de Futebol e começar tudo de novo, desta vez deixando de fora os clubes mais odiados da região da Bahia e do Ceará.

Tomem tendência e vergonha na cara magote de abestados manipulados e sem futuro, juntamente com uma súcia de jornalistas bajuladores de falsos poderosos perseguidos pela polícia. Vocês pagarão caro por todas as maldades que estão cometendo contra os seus próprios clubes, estados e torcedores.

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