Dos 27 garotos que participaram diretamente do esforço para a fundação do Botafogo Sport Club de João Pessoa, Paraíba (hoje, Botafogo Futebol Clube), alguns poucos não tomaram parte nesta primeira reunião. Não sabemos quais, mas foram pouquíssimos. Estimamos que apenas aqueles que moravam, na época, em pontos da cidade um pouco mais distantes do centro como, Tambiá, Róger, Montepio, etc poderiam ter faltado ao memorável acontecimento de 28 de setembro de 1931 na residência do *Sr. Minervino de Freitas Feitosa, à travessa Borges da Fonseca (outrora Travessa 13 de Maio), (atual Av. Dom Pedro II ) esquina com a antiga Rua Nova da Lagoa, 111 (atual Rua 13 de maio).
Fonte da denominação das ruas: Roteiro Sentimental de uma cidade de Walfredo Rodrigues, disponível na Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba.
Nos parece que o número 111, pela lógica pertencia à Rua Borges da Fonseca, com base na sequência crescente de 45 para a casa de Beraldo e 111 para a casa dos Feitosas. Como a casa ficava na esquina com a 13 de maio que tem outra sequência de números, pode-se supor que a casa dos Feitosas dava a frente para a Borges da Fonseca. Outra hipótese é que a Rua 13 de maio tinha outra sequência na época, diferente da atual, a qual, gira atualmente em torno do número 600. Na mesma década, entretanto, o Botafogo ocupou o número 677 da Rua 13 de maio.
Fonte da denominação das ruas: Roteiro Sentimental de uma cidade de Walfredo Rodrigues, disponível na Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba.
Nos parece que o número 111, pela lógica pertencia à Rua Borges da Fonseca, com base na sequência crescente de 45 para a casa de Beraldo e 111 para a casa dos Feitosas. Como a casa ficava na esquina com a 13 de maio que tem outra sequência de números, pode-se supor que a casa dos Feitosas dava a frente para a Borges da Fonseca. Outra hipótese é que a Rua 13 de maio tinha outra sequência na época, diferente da atual, a qual, gira atualmente em torno do número 600. Na mesma década, entretanto, o Botafogo ocupou o número 677 da Rua 13 de maio.
A fundação do Botafogo Futebol Clube do Estado da Paraíba, entretanto, foi muito mais que apenas uma reunião de alguns garotos adolescentes da sociedade paraibana em alguma casa da Rua Borges da Fonseca (atual Av.Dom Pedro II) em 28 de setembro de 1931.
O grupo, composto por aproximadamente 27 jovens atletas pertencentes às várias classes sociais que compunham o espectro comunitário da Capital do Estado, na época, estudavam nos quatro principais educandários da cidade e residiam com os seus pais em moradias do entorno do centro de poder do Estado, à Praça Felizardo Leite (atual Praça João Pessoa), local, onde hoje, se encontram os três poderes constituídos da Paraíba.
Os diversos colégios de origem dos garotos fundadores eram os seguintes:
1.Liceu de Artes e Ofícios – Formação Técnica – Classes Operárias Populares
2. Liceu Paraibano - Formação Acadêmica - Classes Médias
3. Academia de Comércio Epitácio Pessoa – Formação Técnica Contábil - Classes Médias.
4. Colégio Diocesano Pio X (Posteriormente transferido para a praça da Independência) – Formação Acadêmica – Classes Altas Dirigentes.
Por incrível que pareça, o clube foi fundado em torno da liderança de dois jovens da classe operária e estudantes do Liceu de Artes e Ofícios, Beraldo de Oliveira, filho do Sr. Osório de Oliveira, funcionário do Palácio da Redenção e da dona de casa Sebastiana de Oliveira, e de José Dionísio da Silva, filho do comissário de polícia do bairro de Barreiras (atual cidade de Bayeux), Sr. João Dionísio da Silva e de sua esposa Dona Lica Dionísio da Silva. Mesmo adolescentes, aqueles dois jovens já trabalhavam, por necessidade econômica, como estagiários e aprendizes de encadernadores gráficos no jornal oficial do Estado “A União”, quando lideraram os demais fundadores do clube.
Do Liceu paraibano vieram, com os seus fardamentos cáquis, Raul Romero de Oliveira, filho do Diretor e professor de cosmografia do colégio, além de encarregado da construção da Colônia Juliano Moreira, Engenheiro Construtor Sr. Matheus Augusto de Oliveira e Dona Élia de Araújo de Oliveira, os quais, residiam, segundo informações colhidas de vários depoentes, na atual Rua Desembargador Souto Maior em Tambiá. Severino Feitosa (o Bilica), Lauro Feitosa e Manuel Feitosa ( o Nezinho), filhos do Sr. *Minervino de Freitas Feitosa e de Dona Getúlia de Freitas Feitosa, residentes na Rua 13 de Maio, 111, também estudavam no Liceu Paraibano.
O maior número de estudantes fundadores provinha do antigo Colégio Pio X, cujas instalações foram, posteriormente, transferidas para o novo prédio da Praça da Independência, surgindo em seu lugar no antigo prédio do seminário, o Colégio Diocesano Pio XII. Eis, alguns deles: Edson de Moura Machado (filho do educador Joaquim Machado), Livonete Pessoa (filho do professor Antonio Pessoa), os irmãos Sorrentino (Humberto e Milton Sorrentino) filhos do Alfaiate Genaro Sorrentino, além dos demais estudantes, Windsor Cunha (o Souzinha), Enoch Lins, Duílio, Herbert Miranda Henriques, José Alves de Melo, Wamberto Zenaide e José Justino. Da Academia de Comércio Epitácio Pessoa veio Fernando Mello do Nascimento, filho do Sr. Manoel Roberto do Nascimento.
O vácuo esportivo propiciado pelo declínio técnico-hegemônico dos três principais clubes ganhadores de títulos do campeonato paraibano promovido pela LDP – Liga Desportiva Paraibana, Esporte Clube Cabo Branco, Palmeiras Esporte Clube e América Futebol Clube, por volta do início dos anos trinta, ensejou o desejo de novos dirigentes a criarem novos clubes, no sentido de suprirem aquela queda de rendimento conjuntural.
Apesar da comoção popular que tomou conta da cidade pela morte do seu querido Presidente Dr. João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, que resultou nas escaramuças de famosa Revolução de 1930, a vida tinha que continuar na cidade que aos poucos iria retornando à sua rotina normal de trabalho.
Mesmo, afetados pelos trágicos acontecimentos políticos, aquele valoroso grupo de estudantes paraibanos tinha que dar continuidade aos seus afazeres estudantis cotidianos de ir e vir aos seus colégios. Nas horas vagas, o passatempo predileto dos garotos era as peladas nas dezenas de terrenos baldios, ainda existentes, nos arredores do pequeno núcleo central da cidade.
Nas noites não invernosas, os referidos estudantes que se conheciam das acirradas peladas do entorno do campo do América, situado no confronto da Rua Diogo Velho com a Avenida João Machado, recém-aberta, se encontravam nos bancos das praças Venâncio Neiva e Felizardo Leite (atual Praça João Pessoa) para trocar ideias sobre os acontecimentos e novidades da época.
Foi exatamente, em torno deste valoroso grupo de talentosos atletas adolescentes que foi amadurecendo a ideia de se fundar um novo clube.
Segundo depoimento de um dos fundadores, professor Fernando Mello do Nascimento, saudoso docente da Universidade Federal da Paraíba, na noite de 27 de setembro de 1931, quatro deles marcaram um encontro no quarto banco da Praça Venâncio Neiva, ao lado de sua residência em frente da Academia de Comércio Epitácio Pessoa e nas proximidades da casa dos irmãos Sorrentinos para decidir sobre o assunto da criação do novo clube. Ali, reuniram-se, Beraldo de Oliveira, Severino Feitosa (o Bilica), Edson de Moura Machado e o próprio Fernando (o Tareco), o mais novo dos quatro com apenas 12 para 13 anos.
Praça Venâncio Neiva, vendo-se ao fundo no mesmo nível da antiga Escola Normal (Atual prédio do poder judiciário e da Academia de Comércio Epitácio Pessoa) a residência de Fernando Mello do Nascimento, onde hoje se encontra o Fórum da Capital. A reunião prévia para os últimos acertos da fundação do Botafogo entre Beraldo, Edson, Bilica e Fernando foi marcada para um dos bancos que existia na referida praça no oitão da casa de Fernando.
Início da Rua da República, esquina com a antiga Rua Nova (atual Rua General Osório). À esquerda da foto, no prédio onde aparece a identificação da rua, ali residiam Humberto e Milton Sorrentino, filhos do alfaiate italiano Genaro Sorrentino e fundadores do Botafogo.
Todas as fotos antigas de João Pessoa foram cortesias do acervo do fotógrafo Gilberto Stuckert que nos autorizou a sua publicação em troca de um foto dos aspirantes do Botafogo com a presença do seu genitor como goleiro.
Acertados os detalhes do futuro clube, a reunião foi marcada para a noite seguinte na casa dos três garotos e filhos do grande desportista *Minervino de Freitas Feitosa, genitor dos adolescentes Severino Feitosa (o Bilica), Manuel Feitosa ( o Nezinho) e Lauro Feitosa.
A reunião de fundação foi marcada para a Rua Treze de Maio, 111, esquina com a antiga Rua Borges da Fonseca, posteriormente alargada com a demolição das casas do lado direito e das três casas ao lado da antiga Escola Normal, para criação da Avenida Dom Pedro II, numa residência das quais, residia um dos principais fundadores, Livonete Pessoa, filho de um dos professores do Liceu Paraibano. Este endereço da família Feitosa permaneceu por muitos meses como sede oficial do clube.
Praça Felizardo Leite (Atual Praça João Pessoa) vendo-se ao fundo as três casas demolidas para dar lugar à Av.Dom Pedro II, numa das quais, residia o Professor Antonio Pessoa e o seu filho Livonete Pessoa. Ao fundo, à esquerda da entrada da Travessa Borges da Fonseca, a casa da esquina, vendo-se ao fundo as árvores da casa de Beraldo de Oliveira, situada na Vila que abrigava os empregados do jornal "A União". Os garotos Feitosas moravam logo adiante na esquina da Travessa Treze de Maio, onde aconteceu a reunião de fundação do Botafogo S.C. em 28 de setembro de 1931.
Praça Felizardo Leite (Atual Praça João Pessoa) vendo-se ao fundo as três casas demolidas para dar lugar à Av.Dom Pedro II, numa das quais, residia o Professor Antonio Pessoa e o seu filho Livonete Pessoa. Ao fundo, à esquerda da entrada da Travessa Borges da Fonseca, a casa da esquina, vendo-se ao fundo as árvores da casa de Beraldo de Oliveira, situada na Vila que abrigava os empregados do jornal "A União". Os garotos Feitosas moravam logo adiante na esquina da Travessa Treze de Maio, onde aconteceu a reunião de fundação do Botafogo S.C. em 28 de setembro de 1931.
Avisados da reunião compareceram ao local marcado, os estudantes José Alves de Mello, José Dionísio da Silva, Milton Sorrentino, Raul Romero de Oliveira (o Raulzinho) e Enoch Lins, Manuel Félix de Almeida e outros estudantes não citados, segundo depoimento do Professor Fernando Melo do Nascimento.
A reunião foi bem movimentada e conduzida por Beraldo de Oliveira, em cuja pauta se discutiram a denominação do clube, as cores da camisa, um local para treinamento e também a indicação da nova diretoria. Ao lado de Beraldo, Raulzinho, Fernando e Livonete se esforçavam para redigir a ata oficial da reunião de fundação. Fernando, apesar de ser o mais novo, tinha alguma prática em assuntos comerciais pelo fato de estudar contabilidade na Academia de Comércio Epitácio Pessoa e se predispôs a auxiliar o primeiro secretário de primeira viagem Raulzinho na confecção da ata de fundação.
Fernando Mello, em longo depoimento concedido no final dos anos noventa em sua residência na Praia de Tambaú, afirmou que a escolha dos membros da primeira diretoria foi pacífica, tendo acomodado as principais lideranças do grupo pela ordem decrescente de liderança e importância e a opção do nome do clube escolhida foi Botafogo Sport Club, tendo sido escolhidas as cores alvinegras do clube em padrão de listras alternadas.
Assim, a primeira diretoria constante da ata redigida por Raul Romero de Oliveira, com a colaboração de Fernando Mello do Nascimento e de Livonete Pessoa, foi a seguinte:
Presidente: Beraldo de Oliveira
Vice-Presidente: Severino Feitosa (O Bilica)
Primeiro Secretário: Raul Romero de Oliveira (O Raulzinho)
Segundo Secretário: Fernando Mello do Nascimento ( O Tareco)
Terceiro Secretário(Suplente): Livonete Pessoa
Diretor de Esporte: Manoel Félix de Almeida
Tesoureiro: Edson de Moura Machado
Orador: Enoch Lins
Esta versão modificada da primeira diretoria, com Fernando Mello do Nascimento no cargo de segundo secretário foi alvo de muitas controvérsias ao longo da história do clube. Pode-se comprovar em edições do jornal “A União”, escritas em detalhes pelo editor de esportes da época Sr. Elias Bernardes, através de uma série especial publicada entre janeiro e março de 1937 e corroborada por depoimento do ex-diretor e contemporâneo dos fundadores, Sr. João de Albuquerque, em um texto por ele redigido para comemoração dos 50 anos do Botafogo em 1981, cuja cópia temos em nosso poder.
Jornal "A União", como se apresentava na época da fundação do Botafogo e no qual, trabalhavam o jornalista Elias Bernardes e os aprendizes de encadernação Beraldo de Oliveira e José Dionísio da Silva. Cortesia do acervo do historiador Walfredo Rodrigues.
Jornal "A União", como se apresentava na época da fundação do Botafogo e no qual, trabalhavam o jornalista Elias Bernardes e os aprendizes de encadernação Beraldo de Oliveira e José Dionísio da Silva. Cortesia do acervo do historiador Walfredo Rodrigues.
Quanto ao nome original “Botafogo Sport Club” e as primeiras camisas alvinegras, as provas são contundentes, através dos inúmeros textos produzidos pelos jornais da época e pela fotografia exclusiva e inédita que recebemos de um atleta da época, artilheiro e várias vezes diretor e técnico do clube, Ronal Escorel Borges, na qual o quarto-zagueiro Milton Sorrentino aparece vestindo a camisa original do clube, logo após, a compra do referido uniforme numa loja de esportes da Rua da Imperatriz em Recife
Quadro de aspirantes do Botafogo, campeão do primeiro festival promovido pela Liga Suburbana de Desportos - LSD, posa no antigo campo do São Bento na comunidade de Barreiras (atual Bayeux) em junho de 1933, com os seguintes atletas: Sentados: Milton Sorrentino (Quarto-Zagueiro titular improvisado de goleiro e também com a camisa improvisada do quadro titular), Livonete e Bianor. De joelhos, a linha intermediária com Caranga, Bandeira e Edson Machado e o ataque perfilado em pé formando com Brito, Edgar, Ronal, Alceu e Ivan Teixeira. Beraldo de Oliveira, o Presidente fundador aparece de terno como treinador em foto inédita, jamais publicada. Milton veste uma das camisas do primeiro uniforme alvinegro oficial do Botafogo adquirido em Recife em 1932.
A verdade, segundo depoimento de vários fundadores entrevistados, é que nos primeiros meses de 1931, antes de obterem os recursos para a compra do uniforme oficial do clube foram improvisados dois padrões totalmente brancos, comprados no mercado local, ficando um para o quadro de aspirantes e o outro para ser tingido de preto numa tinturaria existente, na época, no Beco do Rosário, para servir ao time titular no primeiro amistoso no final de 1931, com o Triumpho Foot-Ball Club, clube da Rua das Trincheiras que congregava os alunos do Lyceu Paraibano. O Botafogo S.C. venceu pelo placar de 1 x 0. Essa versão é, galhardamente, comprovada através da fotografia do segundo quadro vestindo um dos padrões totalmente branco comprado no comércio local e utilizado nos jogos da Liga Suburbana de Desportos no início de 1933.
Segundo depoimento de João de Albuquerque, no primeiro semestre de 1932, o Botafogo S. C. tomou parte apenas do campeonato juvenil realizado pela Escola de Aprendizes de Marinheiros, local onde, posteriormente, serviu de sede para a Instituição Beneficente do Bom Pastor, cujo terreno se estendia até onde se encontra atualmente a Maternidade de João Pessoa, antiga Cândida Vargas – local do campo - tendo o Botafogo sido proclamado campeão após a vitória sobre a seleção da Escola, mas, não revelou o resultado do jogo final.
Escola de Marinha em 1931, cuja área, como se vê na foto aérea, se estendia da atual Rua Jesus de Nazaré, da antiga instituição beneficente do Bom Pastor até nas imediações da Avenida Coremas, esquina com a Av. João Machado, onde no início da década de quarenta foi construída a Maternidade Cândida Vargas, na qual, nasceu em 08 de outubro de 1946, o escriba deste Blog. Nesta Escola de Aprendizes de Marinheiros, à esquerda da foto, observa-se, claramente, o campo de futebol, no qual o Botafogo disputou o campeonato juvenil de 1932, vencendo na partida final a forte e poderosa seleção da escola, segundo depoimento do ex-diretor e contemporâneo dos garotos fundadores do clube, Sr. João de Albuquerque. Cortesia do Arquivo Histórico do Estado da Paraíba.
No final de 1932, o atleta José Dionísio já havia sinalizado a possibilidade do Botafogo disputar o campeonato suburbano promovido anualmente pelo São Bento.
Assim, em função das dificuldades de vaga para treinamento no Campo América, sempre ocupado pelos treinos e jogos dos grandes clubes, a diretoria convocou dois atletas do clube, Nilo e Mathias, para que os mesmos obtivessem uma autorização temporária do seu pai Sr. Leonildo Oliveira (conhecido como Nezinho e pintor das celebridades locais, principalmente os políticos em tempos de eleições) para desbastar uma pequena parcela do terreno da enorme chácara do pai dos referidos atletas, com a finalidade de poderem se preparar para futuras partidas. Feito o mutirão, após a autorização, a área foi desbastada na base de enxadas, foices e machados pelo conjunto de atletas, tendo o pequeno campo de futebol sido inaugurado com a pomposa denominação de Estádio Mundo Novo, numa referência explicita à obra de Aldous Huxley, escrita no ano de fundação do Botafogo e publicada em 1932.
Mercado Central de João Pessoa, durante a sua construção no final da década de quarenta. Ao fundo a chácara do Sr. Leonildo de Oliveira (Nezinho Pintor), pai dos garotos fundadores do Botafogo Nilo e Mathias, na convergência das Avenidas João Machado e Almeida Barreto. No enorme terreno, à direita da foto mais próximo do antigo Estádio do América, os garotos fundadores construíram em mutirão o primeiro campo de treinamento do clube, o qual denominaram de Estádio Mundo Novo.
Mercado Central de João Pessoa, durante a sua construção no final da década de quarenta. Ao fundo a chácara do Sr. Leonildo de Oliveira (Nezinho Pintor), pai dos garotos fundadores do Botafogo Nilo e Mathias, na convergência das Avenidas João Machado e Almeida Barreto. No enorme terreno, à direita da foto mais próximo do antigo Estádio do América, os garotos fundadores construíram em mutirão o primeiro campo de treinamento do clube, o qual denominaram de Estádio Mundo Novo.
A fotografia abaixo com todos os titulares perfilados - histórica e inédita - reúne no novo campo de treinamentos e jogos amistosos, o grupo dos jogadores do quadro principal no início de 1933, às vésperas do campeonato suburbano. Por se tratar de um treinamento, os jogadores posaram descalços, daí o mito de que os jogadores do Botafogo-PB, na época da fundação, jogavam sem chuteiras. As fotos do quadro aspirantes do Botafogo, com os jogadores calçados e a foto do atleta do Pio X, como Herbert, demonstram que nos jogos oficiais, os atletas jogavam com chuteiras e bem uniformizados.
Time do Botafogo S.C. campeão da Liga Suburbana de Desportos em junho de 1933, posando sem o uniforme oficial alvinegro com listras verticais alternadas, conforme foto do centro-médio Milton Sorrentino, acima. Esta foto inédita e jamais publicada foi tirada no campo de treinamento do Botafogo construido pelos garotos fundadores na propriedade do Sr. Leonildo de Oliveira (O Nezinho Pintor das Celebridades Paraibanas), denominado de Mundo Novo. Goleiro: Gilberto Stuckert (deitado), À direita de joelhos: Livonete (incrível, jogava com terno branco e touca listrada) e Duílio. Na linha intermediária: Umberto (o galego) e Milton Sorrentino - de joelhos e Edson Machado (sentado no mesmo nível). Perfilados em pé: Zé Henriques (o Zé Besouro), Windsor Cunha (o Souzinha), Enoch Lins, Raulzinho e Bilica. Sentado com a bola: Herbert e junto a ele à direita, Alagoano. Cortesia do artilheiro Herbert.
Herbert, jogador e fundador do Botafogo em partida pelo campeonato interno do antigo Pio X, envergando a camisa do Internacional Futebol Clube em 1930. Observem, também o jogador Brito do aspirantes do Botafogo em cuja foto, o ponta-direita usa meias e chuteiras. Fica desfeito, portanto, o mito de que os jogadores do Botafogo, logo após a sua fundação, jogavam descalços.
Time do Botafogo S.C. campeão da Liga Suburbana de Desportos em junho de 1933, posando sem o uniforme oficial alvinegro com listras verticais alternadas, conforme foto do centro-médio Milton Sorrentino, acima. Esta foto inédita e jamais publicada foi tirada no campo de treinamento do Botafogo construido pelos garotos fundadores na propriedade do Sr. Leonildo de Oliveira (O Nezinho Pintor das Celebridades Paraibanas), denominado de Mundo Novo. Goleiro: Gilberto Stuckert (deitado), À direita de joelhos: Livonete (incrível, jogava com terno branco e touca listrada) e Duílio. Na linha intermediária: Umberto (o galego) e Milton Sorrentino - de joelhos e Edson Machado (sentado no mesmo nível). Perfilados em pé: Zé Henriques (o Zé Besouro), Windsor Cunha (o Souzinha), Enoch Lins, Raulzinho e Bilica. Sentado com a bola: Herbert e junto a ele à direita, Alagoano. Cortesia do artilheiro Herbert.
Herbert, jogador e fundador do Botafogo em partida pelo campeonato interno do antigo Pio X, envergando a camisa do Internacional Futebol Clube em 1930. Observem, também o jogador Brito do aspirantes do Botafogo em cuja foto, o ponta-direita usa meias e chuteiras. Fica desfeito, portanto, o mito de que os jogadores do Botafogo, logo após a sua fundação, jogavam descalços.
Desde a sua fundação em 1928, o São Bento de Barreiras promovia em seu campo, jogos e torneios entre clubes juvenis e amadores. Já se tornara tradicionais os jogos entre clubes suburbanos muito bem organizados e promovidos pela famosa agremiação da comunidade de Barreiras, mas que, entretanto, apesar de concorrerem com os jogos da Liga de Desportos da Paraíba – LDP na sua versão de adultos, não tinham o caráter oficial e chancela de um Liga de Desportos como mandava a legislação da época. No final de 1931, o São Bento, através de seu representante, reuniu-se com representantes do Vasco da Gama de Jaguaribe, Tibiry, Pytaguares, Santa Cruz (insatisfeitos com a gestão da LDP), além do Humaitá para a fundação de uma Liga Suburbana. Temerosos da reação da Liga Máxima, o assunto não foi adiante.
Tomando conhecimento através do seu diretor José Dionísio da Silva que atuava com meia-esquerda e diretor do São Bento, de um possível planejamento para um novo festival previsto para o começo de 1933, o Botafogo se reforça com novos atletas como Arnaldo von Sohsten, Louro, Ronal, Apolônio, Edgar, Stuckert e Bau (Américo Gregório Torres), entre outros e se inscreve com a devida antecedência.
Em fevereiro de 1933 (conforme edital publicado em “A União”) o São Bento anuncia a realização do festival, ainda extraoficial, com um quadrangular que envolveria, além do próprio São Bento, o Humaitá, o São Lourenço e o Botafogo. O Botafogo saiu vencedor pelo placar de 3 x 1 em final com o São Bento e faturou o seu segundo caneco.
Entretanto, com a Fundação do Sol Levante, clube bem estruturado com base nos operários da fábrica Matarazzo de Óleos e Sabões em 16 de março de 1932 e do Botafogo Sport Club em 28 de setembro de 1931, os clubes suburbanos da Capital se animam com os festivais e se reunem no prédio n° 239 de Rua da República, nas proximidades da fábrica e no dia consagrado a São José, em 19/03/1933, finalmente, fundam a Liga Suburbana de Desportos – LSD, com a finalidade de controlar o futebol de subúrbio.
Os clubes fundadores foram, o São Bento e São Lourenço de Barreiras, o República e o Sol Levante do Varadouro, além do Itararé e Miramar de Cabedelo. A participação de José Dionísio da Silva, dirigente do São Bento e atleta do Botafogo como tesoureiro da nova liga permitiu a convocação do clube para participar da nova liga e do próximo campeonato suburbano da LSD, com a desistência do Sol Levante, que resolveu participar naquele ano do campeonato da LDP, além do República e do Itararé de Cabedelo, que também desistiram. Foi, ainda, convidado o Palestra Futebol Clube para completar o campeonato da nova Liga. Em reunião realizada em 12 de maio de 1933, no mesmo local de fundação da Liga, foi anunciada a tabela do campeonato suburbano a ser realizado no campo do São Bento em Barreiras.
O Botafogo paraibano mostrando o seu poder competitivo ganhou, não apenas o torneio início, como também faturou o seu primeiro certame oficial em jogo eletrizante com o Palestra por 1 x 0, com um gol do meia-direita Herbert. No Colégio Pio X, Herbert atuava como ponta-direita, entretanto, no Botafogo o Ponta-Direita Zé Henriques (o Zé Besouro) era titular absoluto. O Botafogo, também ganhou o torneio de Aspirantes com uma equipe bem competitiva, tendo Milton Sorrentino como goleiro improvisado e Beraldo, como Treinador, e vários reforços como Edson, Ronal, Edgar, Alceu e Ivan Teixeira. José Dionísio, apesar de importante dirigente do Botafogo S.C., atuou como meia-esquerda pelo São Bento, do qual, era diretor e atleta.
As comemorações foram realizadas na residência de Beraldo, na casa 45 da Travessa Borges da Fonseca com a presença maciça de titulares e aspirantes, na mesma noite após a partida final realizada em Barreiras. Daí, a confusão de que a sede seria na casa de Beraldo. Em nota colocada pelo clube em 20/02/1934 no jornal “A União” o endereço da fundação consta, ainda, como Rua Treze de Maio, 111, o que não deixa qualquer dúvida sobre o assunto.
Somente em 11/03/1934, quase um ano após a conquista do primeiro Campeonato oficial da Liga Suburbanade Desportos, Beraldo de Oliveira, na condição de novo Secretário da Entidade, anuncia a cunhagem das medalhas para premiação aos atletas do Botafogo campeões da Liga de 1933, na sede da Liga à Rua da Repúbica.
O jornal “A União” destaca a matéria em nota da mesma data. Somente no mês seguinte, em 05/04/1934, quando anuncia a filiação do Botafogo à Liga Desportiva Paraibana é que aparece pela primeira vez na imprensa a transferência da sede para a residência de Beraldo à Rua Borges da Fonseca, nº45.
Bibliografias Consultadas:
Marques, Walfredo. A História do Futebol Paraibano. 60 anos entre 1908 e 1968. A União Cia. Editora. João Pessoa, PB - 1975.
Rodrigues, Walfredo. Roteiro Sentimental de uma Cidade.
Albuquerque, João. Botafogo F. C. - 50 anos de glórias. Panfleto datilografado pelo autor por ocasião do cinquentenário do clube.
Bibliografias Consultadas:
Marques, Walfredo. A História do Futebol Paraibano. 60 anos entre 1908 e 1968. A União Cia. Editora. João Pessoa, PB - 1975.
Rodrigues, Walfredo. Roteiro Sentimental de uma Cidade.
Albuquerque, João. Botafogo F. C. - 50 anos de glórias. Panfleto datilografado pelo autor por ocasião do cinquentenário do clube.
Coleção do jornal "A União" - Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba - IHGP.
*Alteração feita à "posteriori" com base na obra " O Clã dos Inhamuns", que trata da árvore genealógica das famílias Feitosas na Paraíba e no Ceará. O Sr.Minervino de Freitas Feitosa e não Sr. Leonel, consta como o pai de Severino (o Bilica), Manuel (o Nezinho), Lauro, além de Oscar, Maria de Lourdes, Wilson (o Beta), Iraci e Vicentina de Freitas Feitosa.Ao longo das próximas semanas estaremos publicando as partes seguintes da História do Glorioso Paraibano.
Autoria: Roberto C. Limeira de Castro - Post editado em 26 de setembro de 2011, às vespéras da comemoração dos 80 anos do Botafogo Futebol Clube da Paraíba.
Autoria: Roberto C. Limeira de Castro - Post editado em 26 de setembro de 2011, às vespéras da comemoração dos 80 anos do Botafogo Futebol Clube da Paraíba.
3 comentários:
Prezado Roberto C. Limeira de Castro, saudações de Pernambuco.
Meu nome é Edla Feitosa Costa e sou a filha do meio de Severino de Freitas Feitosa (o Bilica).Tenho dois irmãos: Edilton Carneiro Feitosa, o mais velho e Fernando Antônio Carneiro Feitosa, o mais moço.
Fiquei bastante emocionada com o artigo...Bilica faleceu em janeiro de 1999 deixando uma enorme saudade do seu bom humor e alegria: era um homem feliz.
Foi muito gratificante ver as fotos e ler os comentários sobre membros da minha família, inclusive do meu avô, Minervino de Freitas Feitosa (Um grande homem de índole e caráter).
Deixo meus agradecimentos pelos momentos que me fizeram recordar de um adolescente cheio de sonhos naqueles longínquos anos: meu pai...o Bilica como ficou conhecido até os seus últimos dias de vida.
Saudações,
Edla Feitosa Costa
O e-mail que faço uso é o edla_feit@hotmail.com
Agradeço pela compreensão.
Edla Feitosa
Prezado Roberto C. Limeira de Castro, saudações de Pernambuco.
Meu nome é Edla Feitosa Costa e sou a filha do meio de Severino de Freitas Feitosa (o Bilica).Tenho dois irmãos: Edilton Carneiro Feitosa, o mais velho e Fernando Antônio Carneiro Feitosa, o mais moço.
Fiquei bastante emocionada com o artigo...Bilica faleceu em janeiro de 1999 deixando uma enorme saudade do seu bom humor e alegria: era um homem feliz.
Foi muito gratificante ver as fotos e ler os comentários sobre membros da minha família, inclusive do meu avô, Minervino de Freitas Feitosa (Um grande homem de índole e caráter).
Deixo meus agradecimentos pelos momentos que me fizeram recordar de um adolescente cheio de sonhos naqueles longínquos anos: meu pai...o Bilica como ficou conhecido até os seus últimos dias de vida.
Saudações,
Edla Feitosa Costa
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