terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Futebol Brasileiro na era do Capitalismo: Uma discussão inadiável

Pelo fim de um calendário anual fatigante, politiqueiro e de falsa competitividade.


Esta semana levantamos à baila, mais uma vez, a discussão sobre o Calendário Futebolístico Brasileiro Anual, elaborado por amadores para clubes, atletas, dirigentes e árbitros profissionais.


A dúvida é a seguinte: Por que os dirigentes, em sã consciência, aprovam um calendário nacional, extremamente, mal elaborado, com campeonatos de nove longos meses, a exemplo dos previstos para as Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro de 2009.


­­­­­­­­­­Primeira Catástrofe


Quando se privilegia em 75% a instância nacional por nove longos meses para apenas 60 clubes num país de dimensões continentais como o Brasil, a instituição está condenando a maioria dos clubes regionais à paralisia operacional e econômico-financeira asfixiantes e à bancarrota.


Segunda Catástrofe


Inicia-se a temporada anual com 27 campeonatos estaduais, comprovadamente, políticos e deficitários, obrigando os grandes clubes estaduais a jogarem com clubes de pouca expressão na maioria das unidades federativas, minando, ainda mais, as finanças e o patrimônio de ambos os grupos. Puro amadorismo estéril e improdutivo.


Terceira Catástrofe


Para a desgraça financeira geral, se obriga aos grandes clubes nacionais a fazerem jogos de cortesia política com os clubes estaduais de longínquas capitais e cidades brasileiras, em confrontos desproporcionais e de resultados previsíveis ou em capitais e cidades sul-americanas e até mexicanas para essa privilegiada, dita, nata do futebol nacional. A evasão contumaz de arrecadações nesses espetáculos ridículos de fachada tem sido uma praga, ao longo desses 20 anos de existência da competição a infernizar os ditos grandes clubes, em suas fraudulentas hegemonias forçadas através de imposições políticas.


Quarta Catástrofe


Apesar da farta propaganda da mídia que se beneficia de todas essas catástrofes que afetam o nosso futebol, todos sabem que esse modelo de campeonato de pontos corridos com 20 clubes jogando entre si em turno e returno não serve nem para os países de pequenos territórios, porquanto, está ultrapassado e reduz as potencialidades do futebol nacional. Quando aplicado a um país continental como o Brasil torna-se, simplesmente, catastrófico, em função das longas distâncias e do alto custo operacional correspondente, da estropiação dos recursos humanos, da deterioração classificatória dos clubes em maioria, da falta de perspectiva econômica e técnicas dos clubes, da guilhotina do rebaixamento desmoralizador.


Está provado através da análise sem viés, de que nos campeonatos nacionais que o Brasil imita de modo caricato, há um tendência à deterioração gradativa, da maioria dos grandes clubes estaduais e regionais. Esse fenômeno, levará, a médio e longo prazo, à hegemonia forçada de dois ou três grandes clubes, restando aos demais, o papel ridículo de coadjuvantes perante os seus torcedores. Já, o fortalecimento dos grandes blocos regionais e o sistema de torneios finais nos certames seriados fortalece as rivalidades estaduais e regionais, preservando a grandeza diversificada do futebol brasileiro.


Dos 20 ou 30 grandes clubes nacionais, engrandecidos nas instâncias regionais, restarão dois ou três gigantescos clubes nacionais, dois ou três médios, e todos os demais clubes restantes serão transformados em pequenos clubes nacionais, como em todos os países onde esse sistema é implantado. Nossa tendência é a concentração econômica deletéria em um clube de cada uma das unidades federativas dominadoras (S.Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul), com a decadência dos demais clubes destes mesmos Estados e a redução dos grandes clubes das demais unidades federativas a pó de mico. Entre os seis clubes que vêm se destacando nesse tipo de certame no Brasil, três serão gigantescos e ganharão 80% dos títulos, três serão médios e ganharão títulos a cada morte de Papa e todos os outros serão endemicamente pequenos.


Nesse tipo de certame, não há lugar para 04 grandes clubes de São Paulo, 04 do Rio, 02 de Minas, 02 do Rio Grande do Sul, 02 da Bahia, 02 do Paraná etc. O extermínio planejado do futebol regional e a insistência, na manutenção de um campeonato brasileiro de 09 meses, no atual sistema, implicará, fatalmente, na decadência de 80% dos grandes clubes nacionais.


Ou seja, num continente como o Brasil, que sempre teve cerca de 20 grandes clubes nacionais testados e aprovados em seus certames regionais (02, 03 e até 04 por Unidade Federativa), a exemplo, do Continente Europeu, terá os seus grandes clubes reduzidos a dois ou três e não passará de uma Argentina, uma Colômbia, uma Espanha, uma Itália etc.


Enquanto isso, as Confederações da Europa e da América do Sul, que fortalecem os seus campeonatos nacionais e portanto, regionais em relação aos continentes, continuarão com os seus 20 grandes clubes como sempre tiveram.


A questão é estratégica e o nosso estrabismo de imitarmos certames de países miniaturas levará o nosso futebol ao encolhimento e a deterioração financeira e patrimonial, gradual e contínua.


Tudo essas injunções são feitas em meio ao andamento dos referidos certames estaduais falidos e políticos, quase sempre sustentados com recursos de prefeituras, dos governos estaduais e de abnegados, financeiramente, garroteados e à beira de ataque de falência.


Essas três primeiras catástrofes e mentiras poderiam ser, tranquilamente, evitadas, com a implantação de duas séries regionais com 08 competições (A e B), muito mais competitivas, com público superior e escala econômica e mercadológica, sem sacrificar os grandes clubes estaduais e nacionais a trabalharem para sustentar estruturas políticas enferrujadas, ao mesmo tempo em que se baniria as superposições de certames, além de respeitar às instâncias regionais.


E como seria esse milagre?


Como já explicamos nos artigos anteriores, simplesmente, eliminando-se as três competições paralelas extenuantes, superpostas, deficitárias, mal feitas e sem futuro (Certames estaduais na atual versão, Copa do Brasil com resultados direcionados para beneficiar um grupo exíguo de clubes e a Copa Santander-Libertadores, no atual formato), substituindo-as por duas competições independentes e viáveis, no âmbito regional, as quais, seriam classificatórias e partes integrantes das duas seqüenciais, em vez de superpostas.


Em resumo, se permuta as três competições superpostas, citadas no parágrafo anterior, prejudiciais em todos os aspectos, por três competições seqüenciais, portanto, não superpostas, e economicamente, viáveis, além de uma competição regional de acesso (Série B regional).


Primeira Competição


Oito certames regionais de respeito e com escalas econômicas entre os grandes clubes estaduais de cada grande região futebolística do país. Todos seriam, as maiores conquistas da maioria dos clubes regionais brasileiros, porquanto, fariam parte de um grande pacote econômico-mercadológico suportado pelas redes nacionais de televisão, cujos certames, seriam ao mesmo tempo, competições independentes e viáveis e a primeira fase classificatória de uma portentosa Copa Nacional Confederativa.


Outro aspecto econômico importante, seria a participação percentual das entidades diretivas como concessionárias e administradoras legítimas nesse pacote de competições, melhorando, também, o suporte financeiro das 27 Federações Estaduais e da respectiva Confederação Brasileira.


Segunda Competição


A mesma versão dos 08 certames regionais, na sua versão da Série B, incluindo todos os demais clubes médios e pequenos estaduais. Essa série regional teria uma grande motivação para os clubes de menor porte regionais e o respaldo dos atuais patrocinadores e financiadores locais, cujas competições, desembocariam em interessantes torneios interestaduais de cada região, com uma maior projeção desses clubes no contexto regional, além, classificar um deles para a Série A Regional respectiva, do próximo ano. Essa participação seria uma oportunidade real de qualquer clube brasileiro no âmbito estadual, se destacar no circuito futebolístico regional e nacional com chances objetivas de uma maior capitalização ao participarem de um certame regional da Série A com financiamento televisivo e que poderia o classificar para as finais da Copa Confederativa.
Uma vez, terminadas as duas séries regionais paralelas e independentes, com cunhos motivacionais, atrativos de público e economicamente viáveis, estariam definidos:


1.Os clubes integrantes para a segunda fase da Copa da Confederação (ou Copa do Brasil), a ser realizada seqüencialmente, na janela de meio do ano, como parte integrante do pacote global fechado com as Redes Nacionais.


Aos moldes da antiga Copa dos Campeões, com preferência para a distribuição em sedes estaduais turísticas, anualmente escolhidas, o mais importante torneio do país, contemplaria novos apoiadores e patrocinadores estaduais e regionais ligados ao fluxo turístico, tais como, os Governos Estaduais e Prefeituras através das Secretarias de Turismo, Esportes e Lazer, a hotelaria, as agências turísticas, a Embratur, os bancos regionais de desenvolvimento, as empresas de viação aérea e até o Ministério dos Esportes.


Esse sistema de competição teria como objetivo evitar as viagens caras e desgastantes, além de proporcionar um merecido intervalo no meio da temporada para os atletas se recomporem numa atmosfera turística, apesar de altamente competitiva, que poderiam ser extensivos aos dirigentes, treinadores, preparadores e comissões técnicas, árbitros e as respectivas famílias, que poderiam acompanhar os participantes.


Para abrilhantar essa verdadeira Copa continental brasileira, se juntariam aos clubes regionais classificados, os 08 melhores classificados do Campeonato Brasileiro da Série A do ano anterior. Assim, estaríamos prestigiando os Estados e regiões do Brasil, em vez de alavancar o futebol dos países sul-americanos.


“MATEUS, PRIMEIROS OS TEUS”


Os países sul-americanos poderiam fazer a sua Copa Confederativa relativa à Conmebol, em paralelo, nos mesmos moldes turísticos da brasileira, classificando os finalistas para as finais eletrizantes da Copa Santander-Libertadores, na seqüência do calendário. Primeiro, integramos os Estados, regiões e populações brasileiros, depois nos integramos com os pequenos países sul-americanos, numa verdadeira integração continental de todas as regiões brasileiras e não apenas dos Estados do Sul-Sudeste com as outras nações.


Se, temos 50% do território, da população e da economia da América do Sul, nada mais justo do que termos 50% de clubes participantes na Copa Continental e não 16 ou 20% como atualmente. Trata-se de uma questão de respeito nacional às etnias regionais que formam a nacionalidade brasileira constantes da nossa Constituição Federal.


Convocamos os parlamentares brasileiros (municipais, estaduais e federais) para que atentem para essa problemática da falsa integração continental e chamamos à atenção das autoridades para esse verdadeiro proselitismo político em benefício exclusivo dos países visinhos e de viagens dos nossos clubes protegidos ao cume da Cordilheira do Andes e a valorização do futebol estrangeiro, que cresce a olhos vistos, enquanto o futebol da maioria dos nossos Estados definha para a extinção, inclusive, o futebol do bloco hegemônico de Estados brasileiros.


No próximo artigo, daremos continuidade às competições do Calendário proposto, com as competições do segundo semestre, que inclui as quatro séries do Campeonato Brasileiro, as finais dos certames estaduais e a Copa Mundial Interclubes.

Editado por Roberto C. Limeira de Castro às 14:45



Um comentário:

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