quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Os clubes e Federações regionais de futebol perdem anualmente cerca de R$ 200 milhões

O futebol brasileiro está engessado pela necessidade paranóica que os dirigentes dos clubes da região sudeste têm de impedir o desenvolvimento do futebol das demais regiões do Brasil. E perdendo qualidade e muito dinheiro.

O contrato de transmissão de TV da Rede Globo com o Clube dos Treze, para o Campeonato Brasileiro da série A, monta em cerca de R$ 310 milhões, incluindo as TVs, fechada, por assinatura e pay-per-view.

Se dividirmos esse valor global, pelos sete meses do Brasileirão teremos uma média de R$ 44 milhões por mês.

A previsão dos especialistas é que esse valor seja incrementado para cerca de R$ 500 milhões ou mais, a partir de 2009 com a assinatura do novo contrato, o que projeta um valor aproximado de R$ 70 milhões por mês.

Os campeonatos estaduais de futebol programados para o Calendário Nacional entre 15/01 e 15/05 de cada ano com as suas 23 datas disponíveis tomam 4,5 meses ou 37,5 % de cada ano.

Se pegarmos o valor mensal atual de R$ 44 milhões mensais do Brasileirão e aplicarmos aos 4,5 meses reservados para o período dos certames estaduais, os clubes teriam que receber cerca de R$ 200 milhões da TV por esse período do ano.

Esse valor corrigido para os R$ 70 milhões previstos para o novo contrato a partir de 2009, nos projetaria um valor estimado de R$ 315 milhões para o referido período do ano, valores que os clubes brasileiros não estão recebendo.

Teoricamente, esse seria o valor a ser desembolsado pelas Redes Nacionais de Televisão, para adquirir o pacote global dessa Nova Copa do Brasil que projetamos para o futebol brasileiro, no período reservado aos certames estaduais.

Se conseguirmos encaixar mais 03 quinzenas, entre junho e julho, para as finais dessa pretensa Nova Copa do Brasil, esse valor seria acrescido de mais R$ 105 milhões aos mesmos preços das Copas Regionais, alcançando o pacote global da competição a estupenda fortuna de R$ 420 milhões para o período.

Se dividirmos esse valor global pelas 08 regiões propostas na proporção da média percentual dos 03 parâmetros significativos de cada região (PIB, População e Território), que seria o cálculo ideal, cada região poderia receber valores de grande monta para o desenvolvimento do seu futebol, o que resultaria numa grande elevação do patamar de qualidade da instituição como um todo.

Os valores da divisão regional, previstos com base na performance técnica de cada Estado e cada região, suportados pela pontuação de cada conjunto regional na classificação nacional (ranking) demonstrados no post anterior é um excelente parâmetro técnico para a divisão dos recursos.

Esse valor poderia explodir se criássemos uma versão brasileira da Copa Libertadores, a qual, seria jogada nos dias de meio de semana no segundo semestre.

Trata-se de um certame extraordinário com 16 clubes advindos de todas regiões do Brasil, totalmente integradas ao desenvolvimento continental, e mais os 16 clubes primeiros classificados no Campeonato Brasileiro da Série A do ano anterior, num versão continental correspondente à Confederação Brasileira da Liga dos Campeões da Europa.

Bastava para isto, substituir a horripilante Copa Sul-americana pela redenção do futebol brasileiro.

Já, as diversas divisões do Brasileirão prosseguiriam normalmente aos fins de semana e em outros dias especiais do meio de semana, quando fossem necessários.

Ao final da Nova versão brasileira da Copa Libertadores, os 08 primeiros colocados fariam um torneio final em sistema de mata-mata com os 08 primeiros da América Espanhola.

Afinal de contas, para que serve o Brasil ter 50% do PIB, da população e do território da América do Sul, se nos submetemos às imposições dos países visinhos com apenas 16% do total de clubes e relegamos a maioria dos clubes regionais do país ao absoluto abandono?

Impressionante, como os dirigentes do futebol brasileiro gostam de perder dinheiro!



Editado por Roberto C. Limeira de Castro às 17:10

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