terça-feira, 25 de setembro de 2007

Cobrando coerência das Redes Nacionais de Televisão.




Onde está o corinthiano do Palácio do Planalto, que não transforma o futebol brasileiro, também, num País de todos?


As redes nacionais de televisão, concessões públicas de comunicação social do país, que têm emissoras afiliadas espalhadas por todos os Estados brasileiros, não podem ter compromissos econômicos, culturais e sociais, apenas, com as unidades federativas onde estão sediadas e com o seu entorno mais ricos de interesses financeiros imediatos.

Referimo-nos ao viés aloprado com que essas gigantes da mídia nacional desconsideram os torcedores e a cultura futebolística dos Estados de menor porte econômico.

Para os seus executivos, a cultura dos diversos grupos étnicos que compõem a nacionalidade brasileira não está nas suas preocupações, mas, tão somente o faturamento e o lucro fácil imediato, que esses brasileiros de segunda classe podem lhes auferir. E o que é mais grave. Dão prejuízos aos seus patrões reduzindo as potencialidades do futebol brasileiro a quatro áreas metropolitanas, quando têm um mercado de uma União Européia inteira nas mãos e não sabem aproveitar, por puro racismo e regionalismo capenga, que são de uma incompetência assustadora.

Através dessa ética oportunista, essas organizações financiam 13 clubes privilegiados de apenas quatro áreas metropolitanas do país com mais de R$ 500 milhões por ano. Esses recursos são arrecadados através dos seus “pools” publicitários de transmissões dos jogos de futebol, formados por anúncios de produtos de grande penetração popular e mercadológica. Assim, através da difusão de suas mensagens publicitárias que resultam na venda dos referidos produtos, em grande parcela dos mercados dos Estados de menor porte e das áreas interioranas das unidades federativas líderes, o financiamento é concedido sem qualquer preocupação de ordem cultural.

Esse é o esquema montado pelo triunvirato composto pelas referidas redes de televisão, como intermediárias na arrecadação de verbas publicitárias, com o beneplácito das instituições futebolísticas e da associação de classe que congrega os treze clubes líderes e as sete agremiações agregadas de suporte estratégico que a compõem.

Participam, ainda, desse grupo de extermínio cultural, algumas empresas comissionadas de mercadologia esportiva.

Através de uma azeitada máquina de açambarcamento de recursos financeiros, esse grupo organiza um calendário futebolístico nacional com um evidente privilégio para os clubes integrantes do mesmo e discrimina, abertamente, todos os demais clubes e federações integrantes do sistema federal de futebol.

Gostaríamos de esclarecer, destarte, que nada temos contra os grandes clubes brasileiros envolvidos nesse esquema espúrio, os quais, apesar de serem os seus inventores e operadores, apenas, assim procedem por encontrarem respaldo nas instituições responsáveis pelo zelo e o respeito dos elevados valores que estão inscritos nas suas missões institucionais.

Assim, o calendário enviesado reserva oito meses do futebol brasileiro para a cultura futebolística, dita nacional, com o intuito exclusivo de favorecer essa dúzia de clubes de apenas quatro áreas metropolitanas dos respectivos Estados, enquanto, disponibiliza menos de três meses para todo o espectro das culturas regionais. Mesmo assim, período, ainda, permeado por jogos de um certame de interesse direto do grupo beneficiário – Copa Toyota Libertadores - que, também, esvazia o único trimestre concedido as suas manifestações culturais regionais.

Por conseguinte, as centenas de clubes que compõem a instituição, excetuando-se o grupo privilegiado, sucumbem no ostracismo, na falta de atividades operacionais ao arrepio da legislação brasileira do consumidor em vigor, e na bancarrota, através da imposição de um calendário nacional direcionado para destruição acintosa das manifestações culturais que deveriam preservar, proteger e incrementar.

O futebol e as entidades diretivas e de prática esportiva de cerca de 90% dos municípios e Estados brasileiros somente não foram, ainda, totalmente exterminados, graças aos subsídios públicos dos Governos Estaduais e de algumas prefeituras municipais que desejam preservar uma das poucas formas de lazer dos trabalhadores e as tradições futebolísticas regionais.

Os dados do massacre econômico e cultural estão no quadro abaixo para análise de qualquer interessado em corrigir as suas aberrações:

Os números da distribuição de recursos do futebol brasileiro entre as regiões do país falam por si e não precisam de maiores explicações. Apenas exigem enérgicas ações de correção de rumos.

As perdas econômicas e financeiras das federações e clubes lesados, nos seus direitos líquidos e certos, nas cinco regiões do país e dos seus 27 Estados, ultrapassam os R$ 100 milhões anuais, incluídas as regiões norte, nordeste e centro-oeste e as regiões interioranas dos Estados do sul e sudeste.

Essa tem sido a principal causa do empobrecimento gradativo e sistemático das entidades diretivas e de prática desportiva das regiões lesadas, que nada têm haver com a falta de competência das mesmas ou com a competitividade nos certames, mas, exclusivamente, com a lesão contumaz de seus direitos, dos quais, caberia ação judicial indenizatória atual e retroativa por danos e perdas morais e materiais que se acumulam em mais de R$ 1 bilhão nos vinte anos de ação desse grupelho.

A solução negociada para o impasse passa pelo confinamento dos certames nacionais em apenas um semestre, com o retorno dos certames com economia de escala em grandes regiões – Campeonatos Regionais do Sul (RS-SC-PR), S.Paulo (SP), Leste (RJ-ES-MG), Nordeste (CE-RN-PB-PE-AL-SE-BA), Meio – Norte (PI-MA-PA-AP), Amazônia Ocidental (AM-RP-AC-RR) e Centro-Oeste (GO-TO-MT-MS e DF) e os Certames Estaduais classificatórios em paralelo com os regionais.

Mercado perdido de oito países maiores que a maioria das nações sul-americanas como, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Venezuela, Paraguai e Uruguai e muitas européias, que são desprezados por puro racismo, discriminação entre irmãos em Pátria, regionalismo doentio e falta de visão administrativa e financeira.

Acima, a nossa sugestão para um novo calendário do futebol brasileiro que seria implementado com um novo sistema de distribuição de recursos previsto no Fundo Nacional de Desenvolvimento do Futebol. Quem desejar receber uma cópia em formato pdf deste artigo, do fluxograma acima e do gráfico com valores em versões mais nítidas, além do novo projeto de distribuição de recursos, basta entrar nos comentários no final do artigo e informar o endereço eletrônico, que receberá o pacote completo de sugestões para melhoria do futebol brasileiro. Ainda, está em tempo de salvar o seu clube da bancarrota e da extinção. Mexa-se! O Estatuto do Torcedor existe para cobrarmos os nossos direitos de cidadão.


Também, sugere-se o aumento do número de clubes nas séries A (32 clubes em 2 grupos de 16 clubes, com 22 clubes semi fixos apontados pelo ranqueamento nacional, 08 advindos da primeira colocação de cada um dos certames regionais e mais o campeão e o vice da série B) e na série B (48 clubes em 3 grupos de 16 clubes, todos advindos das classificações subseqüentes dos certames regionais, 5 clubes de cada região e 08 emergindo da série C). Esse sistema misto de escolhas dos participantes nos principais certames nacionais daria uma maior oportunidade de desenvolvimento econômico e patrimonial aos clubes de todos os Estados brasileiros e não de apenas de quatro, além de banir definitivamente a figura nefasta e deletéria do rebaixamento, entretanto, com ascensão pela competência técnica.

Os demais clubes regionais não classificados até a sexta posição dos certames regionais seriam organizados nos certames regionalizados das Séries C (64 clubes em 8 grupos regionalizados de 8) para propiciar um maior número de jogos, tornar o certame mais rentável e fazer cumprir pelo menos os três meses mínimos para as assinaturas de contratos com os atletas exigidos pela legislação em vigor e que a própria entidade máxima exige e, por fim, uma série D com todos os demais clubes estaduais de menor porte não contemplados nos demais certames e distribuídos em chaves estaduais. Essa última série seria o certame de acesso e o mínimo de compromisso das entidades diretivas com uma integração básica dessas centenas de clubes nos certames nacionais e acesso pela competência aos campeonatos superiores.

A ascensão de oito clubes das séries C e D para os certames superiores e a possibilidade de ascensão de um clube de cada certame regional para a série A do Brasileirão e de cinco clubes para a série B, transformariam todos os campeonatos estaduais, regionais, nacionais e continentais em certames com a mesma rentabilidade dos certames europeus. Posteriormente, publicaremos as planilhas de todas as Federações com os recursos alocados a cada clube estadual pelo novo sistema de distribuição de recursos do futebol brasileiro, para dar conhecimento público a todos os clubes e dirigentes futebolísticos do país.

Todos os recursos do futebol, inclusive os da seleção brasileira de futebol seriam alocados num fundo nacional único, incluindo todas as taxas de televisionamento, percentuais sobre a arrecadação e taxas sobre a transferência de atletas para o exterior, verbas de loterias etc. e administrado pela Confederação correspondente. Essa distribuiria as parcelas correspondentes na proporcionalidade de cada mercado regional em cotas estaduais administradas pelas federações locais e distribuídas entre os clubes da primeira divisão de cada Estado ranqueados em nível nacional, ficando cada entidade diretiva com 10% de taxa de administração sobre as verbas de cada nível. As sugestões detalhadas estão contidas no projeto de criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Futebol que são, evidentemente, apenas indicativos para serem discutidos pela comunidade.

Ao longo das semanas, publicaremos aqui neste Blog, as propostas de aperfeiçoamento do Calendário Nacional de Futebol, de modo a que sejam feitas às correções das distorções econômico-financeiras apontadas no decorrer deste trabalho, com vantagens evidentes para todos os participantes do sistema federal de futebol.

Por tratar-se apenas de uma constatação sobre a péssima distribuição de recursos do futebol que salta aos olhos de qualquer analista com um mínimo de isenção regional, caberia às entidades e clubes lesados nos seus direitos à provocação da justiça para a correção de rumos ou a implantação de um novo sistema de distribuição de recursos mais justa e adequada às características da União Federal Brasileira. Os clubes lesados nos seus direitos, já que as entidades federativas estaduais estão política e umbilicalmente atreladas ao esquema de poder e reprodução do massacre consentido, poderiam, também, acionar os seus parlamentares federais no sentido de pressionar os dirigentes nacionais para que os mesmos cessem com a lesão financeira aos Estados que representam.

Em caso de envolvimento dos dirigentes dos clubes lesados na tramóia e na caixa preta do futebol, que todos sabem que são os únicos culpados pela omissão inexplicável ao não reagirem contra a bancarrota de suas próprias agremiações, cabe aos torcedores ao tomarem conhecimento desse esquema nefasto, tomarem as medidas necessárias para afastar os traidores de seus clubes queridos, inclusive exigindo o cumprimento do Estatuto do Torcedor no seu artigo 8º item 1, que exige uma atividade mínima de 10 meses para os clubes profissionais, sob pena de destituição judicial dos dirigentes das entidades omissas (tanto as diretivas quanto as de prática desportivas) junto ao Ministério Público, conforme reza o artigo 37 itens 1 a 4 dos mesmo estatuto, que reproduzimos a seguir:

Art. 8o As competições de atletas profissionais de que participem entidades integrantes da organização desportiva do País deverão ser promovidas de acordo com calendário anual de eventos oficiais que:


I - garanta às entidades de prática desportiva participação em competições durante pelo menos dez meses do ano;


II - adote, em pelo menos uma competição de âmbito nacional, sistema de disputa em que as equipes participantes conheçam, previamente ao seu início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários.

Art. 37. Sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de administração do desporto, a liga ou a entidade de prática desportiva que violar ou de qualquer forma concorrer para a violação do disposto nesta Lei, observado o devido processo legal, incidirá nas seguintes sanções:


I – destituição de seus dirigentes, na hipótese de violação das regras de que tratam os Capítulos II, IV e V desta Lei;


II - suspensão por seis meses dos seus dirigentes, por violação dos dispositivos desta Lei não referidos no inciso I;


III - impedimento de gozar de qualquer benefício fiscal em âmbito federal; e


IV - suspensão por seis meses dos repasses de recursos públicos federais da administração direta e indireta, sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei no 9.615, de 24 de março de 1998. § 1o Os dirigentes de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão sempre:

I - o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes; e II - o dirigente que praticou a infração, ainda que por omissão.

§ 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir, no âmbito de suas competências, multas em razão do descumprimento do disposto nesta Lei. § 3o A instauração do processo apuratório acarretará adoção cautelar do afastamento compulsório dos dirigentes e demais pessoas que, de forma direta ou indiretamente, puderem interferir prejudicialmente na completa elucidação dos fatos, além da suspensão dos repasses de verbas públicas, até a decisão final.

Fazemos essas sugestões como ex-dirigente de clubes, federações e ligas regionais em vários Estados do país e que passou, ao longo dos últimos vinte anos, pela angústia e o desespero de auxiliar na administração de um sistema sem qualquer futuro ou perspectiva, uma vez mantida a atual distribuição iníqua de recursos.

Postado por Roberto C. Limeira de Castro às 17:25




3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo totalmente. Os especialistas de butique querem comparar o Brasil com a Europa.Primeiro as distancias ,não se comparam,os campeonatos nacionais de lá ,são referente aos estaduais daqui em distancias ,agora querer comparar com organização é querer demais.O problema todo é corrupção nos clubes,eu lembro que na década de 70 os clubes que hoje muitos fazem chacotas deles ,eram grandes times mas em toda região tinha um grande .Lembram do Nacional de manaus ,do Paissandu ,Remo, Santa Cruz Tiradentes do Piaui,tinha um grande tima durante uns quatro anos,mais todos os dirigente são corruptos só queriam a politica e o futebol como base,ninguém presta conta do que gasta.

Anônimo disse...

Manda o artigo e a imagem aí pra mim
jonas.hom@hotmail.com

Anônimo disse...

Me passa o artigo e a imagem
jonas.hom@hotmail.com