sábado, 25 de setembro de 2021

Botafogo Paraibano - 90 Anos


Desde a fundação entre a simbologia do Altar da Pátria e a tentação totalitária da imitação caricata.

BOZZÓLÂNDIA CARIOCATA (Mistura de Carioca com Caricata)

A nossa bandeira e o nosso fumacê jamais serão vermelhos, afirmam os fanáticos torcedores do Botafogo F.R. do Rio de Janeiro.

Presentes à primeira reunião de fundação do Botafogo da Paraíba, e não há hipóteses de que isto não tenha acontecido, muitos garotos filhos dos funcionários dos escalões superiores do Governo Paraibano desejavam a inclusão da cor vermelha entre as cores do clube. Mas, apesar da comoção que tomara conta da Capital, do Estado e do Brasil, os "cariocatas" os abafaram e impingiram a imitação do velho Botafogo F.C. do Rio de Janeiro – de antes da fusão com o Clube de Regatas Botafogo, que só ocorreu em 1942.

Mas, em reverência às cores da bandeira do Négo, do verbo negar, na sua simbologia de sangue, luto e paz, revolucionários de 1930, no sentido paraibano do termo, contrários aos alvinegros trouxeram uma porção de tricolores para a direção política e técnica do clube no início de 1936.

                             

                                         



Antônio Tourinho Paes Barreto e seu corpo de dirigentes, técnicos e atletas favoráveis à cor vermelha no início de 1936.

 

Com maiores recursos financeiros incorporados pelos novos dirigentes capitaneados por Antônio Tourinho Paes Barretos, um ícone na história da agremiação, os próceres Pró-Paraíba e Pró-João Pessoa surpreenderam a todos quando em meados de 1937 enviaram um ofício à Liga Paraibana de Desportos – LDP, oficializando as novas cores do clube.

                                    


A ousadia dos novos dirigentes provocou a renúncia do Presidente fundador e de seu parceiro, ambos estagiários de encadernação do Jornal “A União”, que deixaram o clube – Recorte de A União de 14 de abril de 1937.

 

Após a conquista do primeiro tricampeonato (1936-37-38), que tornou o clube grande, como tricolor, os fracassos de 1939-40 e 41 resultaram num retirada estratégica e forçada da agremiação do campeonato, por eventual falta de recursos e o clube entrou em recesso em 1942 e 1943.


Botafogo Tricolor - Bi-Campeão de 1937


 



Botafogo tricolor bicampeão em 1937



                     Botafogo em vermelho e preto 1946

Os tradicionais adeptos da imitação alvinegra do Botafogo F.R., na época (1944) após a fusão ocorrida no Rio de Janeiro, retomaram à direção do clube e voltaram ao campeonato de 1944 com uma simbologia ainda mais forte – A Estrela Solitária que aparecia na enseada de Botafogo no Rio – sob a forma da Estrela Dalva da Manhã, na verdade o planeta Vênus, que reflete a luz vermelha do Sol na sua superfície. A Propósito, moramos e vivemos em João Pessoa e não no Rio de Janeiro. E a mesma estrela também aparece em Tambaú e em todo o litoral da Paraíba.

                    


Imagens do mapa da superfície vermelha de Vênus capturada na Internet, cuja luz solar é refletida para a Terra.

Créditos e acesso em http://gaiaufvjm.blogspot.com.br/p/observatorio-do-sistema-solar_12.html

 


Retorno do Botafogo F.C. em 1944, ostentando a estrela solitária importada do Botafogo F.R. do Rio de Janeiro, recém submetido ao processo de fusão com o Clube de Regatas Botafogo em 1942. (Foto Nuca).

Abocanhando um bicampeonato em 1944 e 1945, os torcedores do Botafogo F.R. logo perderam a hegemonia nos anos seguintes de 1946 e 1947 para os adeptos do vermelho, que voltaram a carga com as cores de nossa bandeira.

Com a conquista de um tricampeonato, um bicampeonato e outro tricampeonato (1947-48-49), a agremiação se tornara grande demais para ser  apenas uma imitação caricata em contraste com um clube do povo paraibano. Então, as duas correntes se engalfinharam ao longo dos anos vindouros nesta disputa sem qualquer sentido prático e chega aos seus 90 anos de existência cheio de vigor e patrimônio, mas dividido.

Segundo os renitentes torcedores do Botafogo Carioca, Branca, Preta e Vermelha do hino do clube não significa “Tricolor”, mas “Alvinegro da Estrela Vermelha”, tática diversionista à la Joseph Goebbels da mentira repetida. Alegam que este hino não existe, apesar da composição ser tocada milhares de vezes durante os gols do clube.

Esta incoerência fanática ocorre repetidamente por ocasião dos gols do clube, quando um adesista  falastrão reverbera o seu mantra carioca, enquanto o operador de rádio difusão toca o hino tricolor ao fundo em cima de suas aleivosias. Tudo, na Rede Mundial de Computadores da Internet – nada salutar para a imagem institucional da agremiação.

A cúpula maior do clube não deveria permitir essa tentativa de dilapidar o nome da instituição ocorra semanalmente em cadeia mundial e tomar uma decisão definitiva sobre as cores do clube. Em vez de reprimirem os torcedores de portar as bandeiras da Paraíba, bandeiras tricolores citadas no hino e a tradicional fumaça vermelha,  deveriam ousar em abolir ou não, o hino e a cor vermelha do escudo, alusivos à cidade e ao Estado, para não confundir aos torcedores e dividir os dirigentes e conselheiros em alas recalcitrantes contrárias.

Se aproximam as comemorações do centenário e não se pode continuar com uma pendenga ideológica de quase cem anos. Isto não pega nada bem para imagem institucional do gigante paraibano.

Cheio de simbologias, absolutamente fantásticas em seu passado histórico, o Botafogo da Paraíba, em vez de tomar partido mercadológico de suas ligações intríssecas com a Capital e a sua população, com a Bandeira do Estado e o Sistema Solar, com as homenagens ao seu Mártir maior, prefere adotar as informações falsas através de fanáticos torcedores de um clube de fora e de alguns próceres amadores,  que se autodigladiam em picuinhas fúteis e inadequadas.

Alvinegro é o Treze de Campina Grande. O Botafogo F.C. de João Pessoa é Tricolor, como magistralmente difunde o seu hino.

https://youtu.be/TdSPQV3RakY

Um pouco de história verdadeira não faz mal à ninguém.

Há uma enorme hipótese da reunião preparatória prévia na noite anterior na Praça Venâncio Neiva ter sido deliberadamente proposital para a costura de uma aliança estratégica entre alguns garotos em torno do nome do clube, das cores a serem adotadas e dos membros que comporiam a primeira diretoria.

Por ocasião, o jornal A União havia publicado uma extensa reportagem sobre a inauguração do Cristo Redentor com a visão do Salvador para a enseada de Botafogo, como podemos deduzir e magistralmente nos indicou o historiador Edvaldo Nunes. A cidade Maravilhosa estava em destaque e em alta com os dois clubes cariocas denominados Botafogo F. C. de 1910 e o Clube de Regatas Botafogo, mais ou menos da mesma época, antes da fusão das duas agremiações que somente ocorreu em 1942.

Caso essas duas hipóteses históricas procedam e tudo indica que sim, também havia outra hipótese de resistência pela inclusão da cor vermelha no uniforme do mesmo clube por expressivo número de jovens pela homenagem ao nosso mártir maior, o Presidente João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, após as comoções da intervenção federal no Estado com pressões avassaladoras vindas do eixo de poder do Rio de Janeiro e São Paulo, que prenunciavam o assassinato no grande líder paraibano em 26 de julho de 1930, comoção esta ainda mais forte. A disputa por poder era de nível nacional e a Paraíba tinha lado. Minas Gerais e o Rio Grande do Sul.

Entre os garotos fundadores havia vários filhos de membros dos escalões superiores da administração pública do Governo Paraibano, influenciados pelos pais, entre eles um parente próximo do Próprio João Pessoa, Livonete Pessoa filho do Coronel Antônio Pessoa, Raul de Oliveira filho de Matheus de Oliveira, engenheiro encarregado da construção do Manicômio Judiciário Juliano Moreira, Manuel Felix de Almeida, atleta egresso do Santa Cruz paraibano, o próprio Edson Machado, o filho de uma delegado de polícia de Barreiras, distrito de Santa Rita, além de vários atletas adolescentes oriundos da elite paraibana, tais como José Henriques, Herbert Henriques, Enoque Lins, José Alves de Mello e vários outros, cujos pais e familiares tinham participado do Altar da Pátria, cerimônia religiosa e Santa Missa em Ação de Graça ao ar livre em plena Praça Felizardo Leite, em frente da Escola Normal, contra a intervenção Federal no Estado. Em 1929.


                      Altar da Pátria em frente à Escola Normal e

                       contra a intervenção Federal no Estado - Santa

                        Missa em Ação de Graça em 1929.

                          Cortesia do Atleta Herbert.


             

                         João Pessoa no Altar da Pátria acena

                          para a multidão que compareceu à

                           Santa Missa. Cortesia do Atleta Herbert


 

Como enfatizaram os atletas fundadores que entrevistei em finais do anos noventa, diante da indagação sobre a origem tricolor do clube e a inclusão da cor vermelha de nossa bandeira, que simbolizava o sangue derramado por João Pessoa, a pressão para inclusão das cores fatídicas no seu uniforme (O vermelho do sangue e o preto do luto), praticamente ninguém aceitava outra hipótese.

A introdução da nova bandeira do Estado e a mudança do nome da Capital e do Estado eram os temas daquele momento histórico.

Com a vinda de vários próceres, atletas, dirigentes técnicos e adeptos do vermelho para o clube em 1936, os sentimentos paraibanos represados e abafados pelos partidários da imitação eclodiram numa avalanche vermelha, que praticamente culminou com a renúncia do imitador solitário. Quase uma espécie de expulsão do Presidente fundador Beraldo de Oliveira, dotado de uma forte personalidade.

Após a renúncia, Beraldo debandou do clube e jamais voltou às hostes botafoguenses, apesar de ser filho do jardineiro do Palácio da Redenção e estagiário do jornal A União, importantes instâncias do Governo Paraibano.

Mas, uma pedra permaneceu nos sapatos dos vermelhos – o ponta-direita José Américo de Almeida Filho, herdeiro de um importante Secretário de João Pessoa e personalidade de grande poder político, o escritor e ex-Ministro José Américo de Almeida.

Tendo residido no Rio de Janeiro com o Pai e a família, Américo Filho se tornou um grande torcedor e conselheiro do Botafogo F. R. com o seu imenso prestígio político.

Adesistas pelo retorno do uniforme alvinegro foi o que não faltaram, após a fama dos Almeida, integrantes da alta cúpula da Nação.

No retorno do clube ao campeonato de 1944, após o recesso necessário de 1942-1943, a sugestão para inclusão da estrela solitária no uniforme do time de 1944 pela primeira vez, símbolo da estrela Dalva (O Planeta Vênus) que aparecia todas as manhãs na enseada de Botafogo no Rio, sob os olhares atentos do Cristo Redentor, não há dúvidas que foi de José Américo de Almeida Filho – o grifo é meu – para espantar de uma vez por todas das hostes paraibanas, os partidárias do vermelho.

Mas, as tramas históricas de uma sociedade são tinhosas e não obedecem aos poderosos de plantão.

Na inauguração do Estádio Almeidão em 1975, o clube adentra ao gramado, exatamente para enfrentar o seu congênere carioca, mas com o uniforme adornado com a simbologia da bandeira do Négo em seu escudo. Logo no dia em que se homenageava o maior dos torcedores do Botafogo do Rio, José Américo de Almeida Filho – Caprichos da história da humanidade – o clube ressurgia tricolor, na gestão do militar e Presidente Tenente Bittencourt.

A decisão e a novidade agradou e atraiu para a Presidência do Clube um empresário que acabava de chegar ao Estado, José Flávio Pinheiro Lima, tricolor paulista de quatro costados que aceitou em tirar o clube de uma séria crise financeira. Então, a estrela branca sob á égide do Négo se transformou numa estrela vermelha maciça e potente sob um fundo preto, segundo informações, por sugestão do narrador e publicitário Ivan Thomas, da Rádio Tabajara da Paraíba.

Um hino foi introduzido pelo compositor Jáder Pordeus consolidando para sempre o pavilhão tricolor com as cores da Paraíba.

Mas, fiquemos atentos, pois a corrente colonialista interna da imitação caricata continua atuando nos bastidores do clube para reprimir os torcedores paraibanos que utilizam as bandeiras tricolores, alusivos à João Pessoa e à Paraíba e a fumaça vermelha nas arquibancadas, além de torcedores do Botafogo do Rio infiltrados na imprensa. E são Muitos.

Informo aos imitadores de que o clube carioca que gerou o clone foi um dos conspiradores do Clube dos Treze em conluio com o Edifício sem Nome que expulsou o Botafogo-Pb e os demais grandes clubes do Estado da Primeira Divisão do Futebol Brasileiro, gerando essa anomalia hegemônica trágica de quase 35 anos de organização do futebol brasileiro sem representatividade das Unidades Federativas da República criada para o fracasso, a falência e a fraude, sobre as ruínas deles próprios. Desde 2012, os conspiradores já foram punidos com fuga, prisão e banimento, mas morrerão todos com a boca cheia de formiga à largar os trágicos ossos da organização falida sem os brasileiros.

Não dá para compactuar que aqueles que desejam destruir o futebol paraibano e de dezenas de Estados.

Nenhum clube do mundo de três hinos destinados à manipulação dos seus torcedores.

Ouçam essa beleza de hino do tricolor paraibano em homenagem nas suas cores, à nossa Capital, ao nosso Estado, à nossa Bandeira e o nosso Mártir Maior.

https://youtu.be/0qm74NvctPs

Agora ouçam o hino da ala dos fanáticos dilapidadores do clube, em discurso monótono sem qualquer harmonia musical.

 https://youtu.be/0qm74NvctPs

 

 

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