A Seca cultivada pelos coronéis e seus prepostos no
parlamento e a cidadania republicana negada a milhões de brasileiros pelos
pinóquios do planalto.
Tem certas verdades embutidas nas sabedorias populares que
saltam aos olhos, de tão verdadeiras e sábias.
Por outro lado, temos a crença popular arraigada de que os
cientistas são seres que vivem no mundo da lua, longe da realidade simplória do
dia a dia de sua sociedade e de seu povo.
Ora, se caminhões e caminhões de pequenos bacharéis de meia
tigela quando recebem os seus diplomas após quatro ou cinco anos de iniciação à
ciência já se sentem como verdadeiros deuses do Olímpio, imaginem os narizes
empinados que somam mais três anos de aprendizagem de ciência colonial
permitida como aprendizes de feiticeiro, submetendo-se aos gênios da raça
humana em bancas de verdades eternas.
Em termos de eternidade, vêm em seguida os criadores de
verdades científicas ditas inéditas e temporárias que são substituídas por
novas verdades em velocidade estonteante na época em que vivemos.
Nosso ensino, absolutamente planejado, instrumentalizado e
perene como gerador de mão de obra farta, servil e aviltante para a reprodução
de marionetes da dicotomia Capital/Trabalho ou de Milionários versus
necessitados, carrega em seu bojo a pestilência do neocolonialismo globalizado.
No plano interno temos as raças arianas puras e superiores
do Reino da Opressália e no plano internacional os chupadores de cabra das
ciências das cortes coloniais, únicos capazes e preparados para apreender e
transformar em tecnologias comerciais a dita ciência de ponta ou de fronteira,
por acaso gerada entre os laboratoriais
colonizados.
E assim, vamos vivendo neste mundo de Malandros e Manés das
mentiras repetidas até transformar oportunistas em robôs.
Numa sociedade de milhões e milhões de pinóquios, a absoluta maioria de mentirosos juramentados
ostenta o seu narigão de madeira com muito orgulho, vaidade e empáfia.
A aparência de que vivemos numa sociedade de pessoas felizes
e civilizadas, esconde, entretanto, a nossa condição acabrunhante de felinos
notívagos em cujo ambiente todos os
gatos são pardos.
Por exemplo, fizemos uma sessão solene para comemorar os 25
anos de uma Constituição Federal que após este quarto de século não teve metade
de suas leis complementares e ordinárias regulamentares discutidas, votadas e
sancionadas e a outra metade foi violentada para tirar os direitos adquiridos
dos trabalhadores. Mas, a festa dos cínicos foi realizada com a pompa das
grandes realizações.
Em termos territoriais e da organização político-administrativa,
20 milhões de brasileiros ilhados na vastidão de Estados gigantescos
pessimamente administrados e seus ascendentes esperam a mais de 250 anos (desde
a Comissão Geográfica do Vice-Reino do Brasil criada pelo Governo Português em
1729) pelas instituições republicanas
básicas a que têm direito.
Representantes de Estados como o Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia e até de Estados
recém-emancipados como Amazonas, Alagoas, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e
Roraima, negam os mesmos direitos constitucionais de autogestão de suas riquezas que conquistaram aos seus irmãos em Pátria.
Digamos que os primeiros nasceram das reivindicações de suas
lideranças e populações há cerca de 300
anos atrás sob alegação que os governantes paulistas e cariocas não dispunham
de recursos nem meios materiais e humanos para dar conta de administrar as suas
demandas sociais e econômicas.
Estes fatos verdadeiros da história do Brasil plasmados em
todos os compêndios e documentos da Pátria aconteceram ao longo dos séculos
dezoito e dezenove quando aquelas populações somavam quatro gatos pingados.
Na atualidade, 98% das populações de milhões e milhões de
brasileiros deserdados de seus direitos republicanos votam favoráveis às suas
emancipações e não são atendidos.
Nem mesmo, os executivos populistas dos discursos
demagógicos, fáceis e hipócritas em defesa do seu povo famélico saem de suas
condições de túmulos sepulcrais para pronunciar uma única frase sobre o tema.
Na ânsia de se perpetuarem no poder pelo maior tempo
possível sob orientação de marketeiros fúteis e arrogantes sem quaisquer
compromissos com o povo brasileiro, liberam bilhões e bilhões para projetos
inúteis e vazios, mas se negam a gastar o necessário para levar a República a
20 milhões de brasileiros abandonados à própria sorte.
Enfim, para que construirmos torres com bombas hidráulicas
acionadas por cataventos eólicos que puxam água abundante dos subsolos de açudes secos, em suas superfícies e descartar,
definitivamente a seca periódica, se podemos continuar enganando a população e
faturando votos e tubos com os espetáculos medievais oportunistas de carros
pipas e água mineral engarrafada.
Os sertanejos em suas sabedorias seculares cavam, coitados, uma meia dúzia de buracos com as próprias mãos
calejadas para usufruir de alguns baldes de água que minam das areias dos
açudes secos para não morrerem de sede juntamente com os seus animais
esqueléticos agonizantes, entretanto, um milhão de diplomados agraciados por
uma educação colonial sem autonomia nem desconfiam que abaixo daqueles leitos
recém infiltrados estão milhões e até bilhões de litros de água pura e
cristalina aguardando a mais comezinha das tecnologias de bombeamento para a
superfície.
Já os educados na filosofia do corredor extraviado da fábula
de Bacon vivem ao sabor de suas mentiras
e aleivosias coloniais há séculos e estão impregnados do vício das mentiras
fáceis e manipuladoras.
Artigo postado pelo titular do Blog às 16:45 sem muitas esperanças de que os mentirosos caras de paus da República dos pés de barro resolvam trilhar os caminhos da verdade.
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