quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O vício de uma sociedade baseada na mentira e na opressão do seu povo.



A Seca cultivada pelos coronéis e seus prepostos no parlamento e a cidadania republicana negada a milhões de brasileiros pelos pinóquios do planalto.

Tem certas verdades embutidas nas sabedorias populares que saltam aos olhos, de tão verdadeiras e sábias.

Por outro lado,   temos a crença popular arraigada de que os cientistas são seres que vivem no mundo da lua, longe da realidade simplória do dia a dia de sua sociedade e de seu povo.

Ora, se caminhões e caminhões de pequenos bacharéis de meia tigela quando recebem os seus diplomas  após quatro ou cinco anos de iniciação à ciência já se sentem como verdadeiros deuses do Olímpio, imaginem os narizes empinados que somam mais três anos de aprendizagem de ciência colonial permitida como aprendizes de feiticeiro, submetendo-se aos gênios da raça humana em bancas de verdades eternas.

Em termos de eternidade, vêm em seguida os criadores de verdades científicas ditas inéditas e temporárias que são substituídas por novas verdades em velocidade estonteante na época em que vivemos.

Nosso ensino, absolutamente planejado, instrumentalizado e perene como gerador de mão de obra farta, servil e aviltante para a reprodução de marionetes da dicotomia Capital/Trabalho ou de Milionários versus necessitados, carrega em seu bojo a pestilência do neocolonialismo globalizado.

No plano interno temos as raças arianas puras e superiores do Reino da Opressália e no plano internacional os chupadores de cabra das ciências das cortes coloniais, únicos capazes e preparados para apreender e transformar em tecnologias comerciais a dita ciência de ponta ou de fronteira, por acaso gerada entre  os laboratoriais colonizados.

E assim, vamos vivendo neste mundo de Malandros e Manés das mentiras repetidas até transformar oportunistas em robôs.

Numa sociedade de milhões e milhões de pinóquios,  a absoluta maioria de mentirosos juramentados ostenta o seu narigão de madeira com muito orgulho, vaidade e empáfia.

A aparência de que vivemos numa sociedade de pessoas felizes e civilizadas, esconde, entretanto, a nossa condição acabrunhante de felinos notívagos  em cujo ambiente todos os gatos são pardos.

Por exemplo, fizemos uma sessão solene para comemorar os 25 anos de uma Constituição Federal que após este quarto de século não teve metade de suas leis complementares e ordinárias regulamentares discutidas, votadas e sancionadas e a outra metade foi violentada para tirar os direitos adquiridos dos trabalhadores. Mas, a festa dos cínicos foi realizada com a pompa das grandes realizações.

Em termos territoriais e da organização político-administrativa, 20 milhões de brasileiros ilhados na vastidão de Estados gigantescos pessimamente administrados e seus ascendentes esperam a mais de 250 anos (desde a Comissão Geográfica do Vice-Reino do Brasil criada pelo Governo Português em 1729)  pelas instituições republicanas básicas a que têm direito.

Representantes de Estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia e até de Estados recém-emancipados como Amazonas, Alagoas, Rondônia,  Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e Roraima, negam os mesmos direitos constitucionais de autogestão de suas riquezas  que conquistaram aos seus irmãos em Pátria.

Digamos que os primeiros nasceram das reivindicações de suas lideranças e populações  há cerca de 300 anos atrás sob alegação que os governantes paulistas e cariocas não dispunham de recursos nem meios materiais e humanos para dar conta de administrar as suas demandas sociais e econômicas.

Estes fatos verdadeiros da história do Brasil plasmados em todos os compêndios e documentos da Pátria aconteceram ao longo dos séculos dezoito e dezenove quando aquelas populações somavam quatro gatos pingados.

Na atualidade, 98% das populações de milhões e milhões de brasileiros deserdados de seus direitos republicanos votam favoráveis às suas emancipações e não são atendidos.

Nem mesmo, os executivos populistas dos discursos demagógicos, fáceis e hipócritas em defesa do seu povo famélico saem de suas condições de túmulos sepulcrais para pronunciar uma única frase sobre o tema.

Na ânsia de se perpetuarem no poder pelo maior tempo possível  sob orientação de  marketeiros fúteis e arrogantes sem quaisquer compromissos com o povo brasileiro, liberam bilhões e bilhões para projetos inúteis e vazios, mas se negam a gastar o necessário para levar a República a 20 milhões de brasileiros abandonados à própria sorte.

Enfim, para que construirmos torres com bombas hidráulicas acionadas por cataventos eólicos que puxam  água abundante dos subsolos de açudes secos,  em suas superfícies e descartar, definitivamente a seca periódica, se podemos continuar enganando a população e faturando votos e tubos com os espetáculos medievais oportunistas de carros pipas e água mineral engarrafada.

Os sertanejos em suas sabedorias seculares cavam, coitados,  uma meia dúzia de buracos com as próprias mãos calejadas para usufruir de alguns baldes de água que minam das areias dos açudes secos para não morrerem de sede juntamente com os seus animais esqueléticos agonizantes, entretanto, um milhão de diplomados agraciados por uma educação colonial sem autonomia nem desconfiam que abaixo daqueles leitos recém infiltrados estão milhões e até bilhões de litros de água pura e cristalina aguardando a mais comezinha das tecnologias de bombeamento para a superfície.

Já os educados na filosofia do corredor extraviado da fábula de Bacon vivem  ao sabor de suas mentiras e aleivosias coloniais há séculos e estão impregnados do vício das mentiras fáceis e manipuladoras.
Artigo postado pelo titular do Blog às 16:45 sem muitas esperanças de que os mentirosos caras de paus da República dos pés de barro resolvam trilhar os caminhos da verdade.  

Nenhum comentário: