Quem é mais insensato? Quem queima notas de reais e dólares ou quem manda a PF confiscar os bens dos incendiários?
Centenas de cientistas do mundo inteiro iniciaram uma corrida científico-tecnológica para separar as duas fortes ligações duplas que acoplam um átomo de carbono a dois átomos de oxigênio das moléculas do gás carbônico. Apenas para lembrar, esse gás é aquele que expiramos, assim como, os mamíferos em geral e que é comprimido em cilindros de aço para aplicação na indústria de refrigerantes, cervejas e outros borbulhantes, com a dupla função de conservá-los por longos períodos em função das suas propriedades antibacterianas, além de acentuar o sabor das bebidas.
Esforço dos cientistas internacionais Kubiak e Sathrum da UCSD Universidade da Califórnia em San Diego - USA para a transformação de dióxido de carbono em biocombustíveis via monóxido de carbono. Foto da célula solar de semicondutores e catalisadores, que desacopla as fortes ligações do CO² em CO através da energia concentrada do sol. Fonte: Science Daily, 18 de abril de 2007.
Conhecido no jargão acadêmico como CO² ou dióxido de carbono, esse abundante gás espumante é o principal subproduto das atividades biológicas e econômicas dos seres humanos. São seis bilhões de humanos e outros tantos bilhões de seres vivos a realizar essa troca gasosa da sobrevivência. Como afirmamos em nossa poesia Pêndulo Indeciso, vida em veneno, veneno em vida.
Modelo Tridimensional da Molécula de Dióxido de Carbono, com dois átomos de oxigênio (vermelhos) acoplados a um átomo de carbono (preto) por duas ligações fortes duplas. Fonte: Wikipedia.
Além, de resíduo da saga existencial dos seres vivos, na Terra, o CO², doravante assim chamado, é um dos gases do chamado efeito estufa responsável pelo badalado aquecimento global do Al Gore e dos ambientalistas.
Ele é produzido em qualquer atividade onde os átomos de carbono dos seres vivos, mortos, ou fossilizados, são metabolizados, desnaturados, decompostos ou utilizados como combustíveis num ambiente oxigenado como a atmosfera terrestre.
Deste modo, ele aparece aos borbotões nas chaminés industriais e domésticas, no escape dos automotores, na respiração dos seres vivos, nas fermentações microbiológicas e nas queimadas florestais e incêndios em geral, apenas para falar das principais fontes.
Providencialmente, a fantástica Mãe Natureza reutiliza uma boa parte do excesso desse CO² circulante na atmosfera, seqüestrando-o sob a forma dos seres vivos clorofílados ou verdes, como as árvores, algas e os vegetais em geral, sob a ação da luz solar e do processo de fotossíntese.
Quando o material orgânico é utilizado na combustão controlada com o mínimo de oxigênio, como, por exemplo, num forno produtor de carvão vegetal, o gás prevalecente é o monóxido de carbono, ou CO. Este outro gás à base de carbono com oxigenação restrita é inflamável e queima com facilidade na presença de oxigênio, desprendendo energia e tendo como resíduo o próprio irmão siamês, o CO², além de ser extremamente venenoso para os seres que o aspiram.
Ao combinar-se com o hidrogênio, em cinética dispersiva do vapor da água na presença de um catalisador metálico, o monóxido de carbono pode produzir o combustível metanol e inúmeros produtos derivados petroquímicos, após a passagem do gás de síntese produzido no processo através de um reator Fischer-Tropsch, ou através da biossíntese, pelas enzimas imobilizadas e pela incorporação dos átomos de carbono aos microorganismos.
Fluxograma com as cinco rotas de transformação do gás de síntese (syngas) em biodiesel, bioetanol, DME (Dimetil eter), BTL, biogás, biometanol, hidrogênio, óleo pirolítico, diesel HTU a partir da extração via transterificação, fermentação e hidrólise enzimática, gaseificação, pirólise e tecnologia HTU. Fonte: Oyvind Vessia, Noruega.
Diferente tipos de Reatores Frischer-Tropsch - Fonte Oyvind Vessia Paper - Noruega.
Deste modo, ao queimar cerca de 18.000 Km² de florestas na Amazônia em um único ano, os novos Sheiks malucos belezas do agro-negócio, segundo as informações, de 36 municípios de Mato Grosso, Pará e Rondônia estariam, na verdade, queimando pilhas e mais pilhas de notas de real, dólares e euros.
Cada hectare da floresta amazônica bem aproveitado de modo auto-sustentável, em vez de torrado, poderia render aos imprudentes incendiários de papel moeda, o equivalente a R$ 150 mil litros de combustíveis ou 500 toneladas de cavacos para exportação, com ganhos médios de R$ 50 mil por cada hectare não queimado.
Não estamos contabilizando a incomensurável biodiversidade destruída, nem o incalculável prejuízo para a atmosfera terrestre e para o meio ambiente, que se elevam a bilhões de dólares, se é que o preço das vidas extintas e ameaçadas tem algum valor pecuniário para os arrasa quarteirões. As folhas e gravetos poderiam ser utilizados para a produção de bilhões de toneladas de fertilizantes para a recuperação de outros 1.000.000 Km² recentemente destruídos.
Em vez de obrigar a Petrobrás a seguir o caminho de suas co-irmãs holandesas, como acionista majoritário e promovendo o aproveitamento desses R$ 300 bilhões queimados por ano na atmosfera, com a implantação de refinarias e usinas produtoras de bio-combustíveis renováveis e os seus derivados silviquímicos, terpênicos e farmacêuticos, gerando centenas de milhares de empregos diretos e indiretos, os tecnocratas governamentais insensíveis elaboram um decreto para prender e confiscar os bens e produtos resultantes do desmatamento desenfreado. É sempre muito fácil colocar a culpa da incompetência em terceiros.
Apenas, para que se tenha uma idéia do disparate e da insensatez dos brasileiros, o custo da construção e asfaltamento das rodovias, Transamazônica, Cuiabá-Santarém e de uma moderna “highway” ligando Macapá a Manaus pela margem esquerda do Rio Amazonas, para incrementar o turismo ecológico e tirar as modorrentas cidades ali existentes do primitivismo extrativista, não chegaria aos R$ 10 bilhões, gerando outras centenas de milhões de dólares de incremento turístico-econômico.
Refinaria típica de gás de síntese (syngas) da Shell, a partir do monóxido de carbono do carvão e do hidrogênio do vapor de água para a produção de metanol, petróleo sintético tipo brent e todos os correspondentes derivados petroquímicos.Testada e aprovada pela tecnologia de gás ao líquido, conforme o relatório da empresa acima. Fonte: Revista Shell Corp.
Enquanto, duas dezenas de cientistas brasileiros labutam em seus arcaicos laboratórios e outros milhares em todo o mundo se esfolam dia e noite para o aproveitamento do dióxido de carbono em combustíveis via monóxido e hidrogênio para produzir o metanol e o petróleo sintético com mais eficiência, centenas de políticos tupiniquins passaram um semestre inteiro brigando para enterrar a CPMF de modestos R$ 40 bilhões e atanazar a vida do ex-Presidente do Senado e do Presidente da República.
Caso se ligassem aos reais problemas brasileiros e às populações que dizem representar teriam aprovado à implantação de dez novos Estados, em territórios abandonados pelo poder público, cujas populações os reivindicam há séculos e nos quais, as instituições republicanas ainda não chegaram após quase 120 anos da Proclamação. Esse marco para o desenvolvimento custaria um dispêndio orçamentário mixuruca de apenas R$ 20 bilhões.
Somando-se, os bilhões da CPMF tirados da saúde do povo, o déficit da Previdência, as despesas com a implantação dos novos Estados e o asfaltamento a toque de caixa das citadas rodovias amazônicas, não chegaríamos a R$ 120 bilhões. Nada que a carga tributária teórica de 40% sobre os R$ 300 bilhões queimados a cada ano, equivalentes a 1,7 bilhões de barris a US$ 100,00, não pudessem cobrir com os pés nas costas.
Claro está que os brasileiros abandonados em meio a floresta e totalmente desprovidos, de capitais, das instituições republicanas básicas e do apoio científico-tecnológico e financeiro, apenas encontram a saída para o isolamento a que estão submetidos e para as agruras a que estão sujeitos em suas vias-crucis econômicas, na produção de soja e bois, ou no aproveitamento da madeira de lei.
Pela via científica, os nossos Sheiks incendiários poderiam aproveitar com parcimônia sustentável, as nossas maravilhosas florestas, vítimas de um confronto suicida entre ignorantes.
Com as refinarias comprando o carvão vegetal produzido pelo desmate sustentável da floresta, após a retirada seletiva das madeiras nobres anciãs que já não seqüestram qualquer carbono, poderíamos exportar outros bilhões em madeiras renováveis, completando a exploração racional das nossas florestas, em vez de queimá-las para a plantação de soja e para a pecuária extensiva.
Assim, em vez de torrarmos as nossas reservas de energia acumuladas pela luz solar ao longo de milênios, estaríamos, reflorestando com árvores nativas reproduzidas aos milhões em modernos laboratórios biotecnológicos da Emprapa, outros milhões de hectares já degradados.
Editado por Roberto C. Limeira de Castro às 17:25
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