Vejam as últimas planilhas do Fundebol e as perdas irreparáveis para a juventude brasileira, caso não haja modificações.
Encerrando a publicação das planilhas de clubes e federações estaduais de futebol relativas à proposta do Fundebol – Fundo Nacional para o Desenvolvimento Acelerado do Futebol Brasileiro, seguem os valores correspondentes às compensações financeiras para os mercados futebolísticos dos Estados da Amazônia Ocidental e do Centro-Oeste.
Aqueles que acompanharam a seqüência do projeto e as suas respectivas planilhas podem até ficar incrédulos, achando tudo isso uma utopia.
Entretanto, como estudiosos do assunto há duas décadas, podemos assegurar-lhes que esses valores são reais e nada têm de utópico. Esses são valores econômicos atuais correspondentes aos seus mercados que são sugados pela máquina de açambarcar dos espertalhões dos treze e de seus agentes televisivos e federativos.
A economia de mercados não é abstrata, nem utópica, nem ilusória, mas, real como dois e dois são quatro.
Esses são os valores recebidos pelos grandes clubes brasileiros pela venda dos mercados dos clubes regionais às redes nacionais de televisão, às loterias federais e a outros anunciantes, cujo montante total deverá alcançar cifras superiores a R$ 2 bilhões a partir de 2009.
As gigantes da mídia receberão, por outro lado, o dobro ou triplo desses valores de seus anunciantes, os quais, venderão os seus produtos nos nossos mercados regionais e faturarão, cinco a dez vezes, os valores distribuídos aos clubes da elite.
Em resumo, os clubes de todos os 27 Estados brasileiros e de todas as regiões do país estão todos condenados à bancarrota por conta desse enorme sangramento de suas finanças.
Já os setores econômicos dos três setores econômicos das cidades e dos Estados lesados deixarão de ter esses valores circulando em suas economias, da ordem de R$ 600 milhões, com perdas fiscais de mais de R$ 150 milhões em impostos para os respectivos entes federativos.
Portanto, a sangria organizada para lesar os incautos dos clubes e federações regionais, não apenas decreta a morte irreversível de toda a cultura futebolística regional do país, com impõe pesadas perdas culturais, cívicas, turísticas e mercadológicas. Também, acarreta perdas irreparáveis na geração de emprego e renda nas localidades prejudicadas, danos em termos de lazer da população e dos trabalhadores, além de frustrar as parcas esperanças da juventude regional em temos humanos, de cidadania e de perspectivas educacionais, esportivas, de saúde e lazer. E o que é pior, também levará, a médio e longo prazo, os próprios clubes organizadores da lesão, ao buraco financeiro, pela destruição sistemática das partes que compõem o mercado brasileiro como um todo e também, de toda a instituição do futebol que se arrastará até o seu melancólico final.
Trata-se, não tenhamos dúvidas, de um sistema de imposições políticas que necessita ter um paradeiro, não importa que são os responsáveis por essa tragédia.
Nos anos de 1995 e 1996 fizemos uma alerta semelhante e a organização retomou o seu caminho de progresso até 2001, quando a ganância de uns poucos foi substituída por dois proveitosos fóruns do Rio de Janeiro (1996) e São Paulo (1998).
Estávamos presentes quando todos juraram que haveria um terceiro fórum no Nordeste nos próximos dois anos.
Esqueceram as lições da democracia e enveredaram pela ditadura e pelo autoritarismo tão logo se sentiram menos frágeis.
Exércitos foram derrotadas, impérios ruiram, ditaduras foram trucidadas e federações dilaceradas por teimosia dos comandantes em chefia.
Há muito, a situação na periferia do sistema está insuportável outra vez. Renovamos aqui, os mesmos conselhos de uma década perdida.
Depois, não digam que não foram avisados.
Postado por Roberto C. Limeira de Castro às 17:00
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