Por que a maioria dos brasileiros é sempre tratada como cidadãos de segunda classe e ninguém abre a boca para defendê-los? Ou, apenas existem cidadãos brasileiros no Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul?
Dando prosseguimento a publicação das planilhas do Fundebol – Fundo Nacional para o Desenvolvimento Acelerado do Futebol Brasileiro (Proposta), relacionamos abaixo, os valores relativos aos clubes e Federações dos Estados da Região do Meio Norte (Amapá, Pará, Maranhão e Piauí).
Para ter acesso a uma leitura mais legível das planilhas, clique nas figuras e salve-as em formato png, compatível com o leitor de textos em formato pdf.
Sem a instituição de um projeto de distribuição mais equânime de recursos a nível nacional que possa resgatar o futebol desta região, a exemplo das demais regiões do país, há muito pouco para se fazer para que o futebol destes Estados sobreviva.
Torna-se impossível organizar o futebol de um Estado ou de qualquer região do país com a possibilidade única de se organizar um certame estadual de apenas dois meses e meio, com dez meses de paralisação. Com exceção dos clubes campeões e vice-campeões estaduais dos três Estados maiores e apenas um representante do Amapá nas deficitárias competições da Copa do Brasil e da Série C, a tendência do futebol destes Estados é desaparecer, a exemplo do futebol das demais 23 outras unidades federativas.
Mesmo, que se volte a organizar a Copa Norte ou do Meio Norte com os clubes desses Estados, a exemplo do que está fazendo a região do Nordeste Oriental, será difícil se obter financiamento para o certame e, principalmente, datas no Calendário Nacional, totalmente tomado por apenas 40 clubes privilegiados. Essa competição poderia até ser uma grande solução, mas, num contexto em que os clubes recebessem os seus recursos com absoluta certeza e com os classificados sendo indicados para outros certames de nível nacional e continental, como forma de motivar os dirigentes e os torcedores.
Quando trabalhamos nas Federações Paraibana de Futebol e na Amapaense, elaboramos projetos para a criação desses certames regionais, entretanto, com interdependência das competições, onde o campeão seria indicado para a Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, do segundo ao sexto para a série B e do sétimo ao décimo terceiro para a Série C, com os dois últimos sendo indicados para a Série D, juntamente com todos os demais clubes de cada Estado. Também haveria um certame estadual classificatório no primeiro semestre com os clubes médios e pequenos de cada Estado, cujos campeões disputariam a segunda divisão de acesso aos regionais respectivos do ano seguinte.
Os títulos estaduais seriam disputados no final de cada primeiro semestre, após o final dos certames regionais e dos estaduais classificatórios, como estava previsto no Calendário Quadrienal 2002-2005, reunindo os grandes clubes que retornariam dos regionais com os primeiros colocados do certames Estaduais classificatórios.
Por esse sistema nenhum clube brasileiro profissional da primeira divisão de cada Estado ficaria sem atividade no segundo semestre.
Também, os campeões regionais e, talvez, os vice-campeões, seriam os clubes indicados das diversas regiões do país para uma fase brasileira de Copa Toyota Libertadores, a exemplo do que ocorre com a integração continental dos países sul-americano. Como o Brasil tem o status de Confederação, cada região brasileira em número de oito seria considerada, teoricamente, como uma Nação Sul-Americana, com toda a justiça, uma vez que todas as regiões geográficas brasileiras são superiores em economia e população a qualquer país da América Espanhola. Como exemplo, citamos as regiões nordeste e sul, com PIB, população e território superiores a maioria dos países sul-americanos, aí incluídos os mais ricos como a Argentina e a Colômbia.
Não há cristão no mundo que nos convença que está certo a Argentina entrar com cinco representantes na Copa Toyota Libertadores, enquanto, que a região nordeste com população maior e o mesmo PIB, não indique nenhum, a exemplo das demais regiões brasileiras. Consideramos esse fato um total desrespeito aos cidadãos brasileiros das regiões excluídas. E não interessa se a Confederação Sul-Americana ou a Fifa não aceitam. Ou têm respeito pelos brasileiros ou não participaremos de nada e estamos conversados. Somos um país rico e populoso e os nossos dirigentes têm o dever cívico de defender os cidadãos brasileiros, ou então, piquem a mula.
O problema é que os afônicos das regiões brasileiras excluídas e mendicantes aceitam tudo calado em troca de umas migalhas que recebem dos milionários do sul e sudeste e os governantes, parlamentares e prefeitos não estão nem aí para o esmagamento do orgulho cívico do seu povo. Esse é o X da questão.
Então, não há nada a se fazer e apenas aguardar a morte lenta e gradual de todas as manifestações da cultura futebolística de todas as regiões do país, ficando o nosso carcomido Brasil representado eternamente pelos espertalhões de apenas quatro áreas metropolitanas. E fim de papo.
Mas, idéias a gente tem e difunde, por que é um direito de cidadania e de liberdade de expressão garantidos pela Constituição Federal, gostem os opressores ou não.
Postado por Roberto C. Limeira de Castro às 01:58
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