sábado, 6 de outubro de 2007

A mistificação dos Treze atingiu rumos alarmantes

Ou reagimos ou seremos todos engolidos pelo triunvirato da alienação nazista.

Esta semana, por insistência do nosso filho mais velho que nasceu em São Paulo e é torcedor do tricolor paulista, tivemos que nos deslocar até um bar temático da cidade para assistir Flamengo versus São Paulo, partida válida pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2007.

Aproveitamos para analisar o estágio de alienação cultural futebolística dos habitantes de Macapá, após vinte anos do massacre institucional levado a cabo pela trupe dos Treze e os seus agentes.

Confessamos que ficamos mais chocados do que esperávamos. Cerca de 200 a 300 torcedores, a maioria uniformizada com as camisas dos dois clubes gritando freneticamente e acompanhados por uma charanga, por uma buzina de caminhão improvisada e com direito a bombas juninas a cada cinco minutos.

Um barulho infernal digno do Estádio do Maracanã ou do Morumbi em miniatura nos dias de clássicos dos dois clubes. Tinha até mandante, pois, o bar pertence a um são-paulino fanático que para abafar as manifestações de alegria dos flamenguistas que estavam à frente no marcador, colocava o hino do São Paulo no último volume, enquanto, a torcida organizada do tricolor aos berros gritava: Pentacampeão! Pentacampeão!

Um estado de alienação assustador.

As duas torcidas ficaram o tempo todo se provocando e gritando palavras de ordem e de incentivo aos jogadores a 5000 quilômetros de distância. Quando havia uma falta na grande área do Flamengo, os uniformizados do São Paulo gritavam, Rogério! Rogério! Rogério! E a gente lá no cantinho apenas observando e rindo do estado de catalepsia-cataplexia que se apoderou dos brasileiros dos quatro cantos do Brasil..

Tudo, conforme planejado em 1987 pelos dirigentes da Rede Nacional de Televisão alienante, da entidade nacional e dos treze clubes açambarcadores, com o intuito de destruir a cultura futebolística regional.

Quanto ao futebol do Estado, os clubes locais e os seus torcedores gatos pingados assistiram a última partida de futebol profissional em junho passado. Futebol profissional, agora, somente lá para maio de 2008.Mais dois meses de enganação.

Os seis clubes semi falidos, a maioria com as suas sedes leiloadas por dívidas com a Previdência, disputam um certame estadual de dois meses bancado pelo Governo do Estado, pois, os clubes não arrecadam o suficiente, nem para pagar as taxas de arbitragens e outras despesas de cada jogo.

O melhor e mais famoso clube do Estado, o Ypiranga Clube ficou de fora do campeonato de 2007, pois a temeridade em disputar a falida Série C de 20 dias para 50% dos clubes ou a Copa do Brasil de partida única, nos últimos anos, o levou a bancarrota, com uma dívida trabalhista e previdenciária impagável que já lhe custou a sua tradicional sede social.

O clube campeão da temporada, o Trem Desportivo Clube, afastado durante anos por estado de pré-falência, teve a sua imponente sede social arrematada em hasta pública e retomada pelo Governo do Estado em nome do tombamento da memória cultural do Estado e novamente, re-emprestada para as atividades sociais e esportivos do clube. Um progresso sem precedentes.

Outros clubes tradicionais do Estado, em fase final de existência, agonizam com as suas sedes sociais arrematadas ou caindo aos pedaços. É o caso do Amapá Clube - parte vendida para sanar débitos previdenciários -, do Independente E.C. de Santana - afastado desde 2002 do futebol por absoluta falta de recursos - (sede arrematada por dívida previdenciária e que a Prefeitura tenta impedir) e o E.C. Macapá, cujo centro de treinamento já foi arrematado por uma empresa local.

O Oratório, o Santana e o Clube Aliança, já fecharam as portas há anos, enquanto, o São José, Cristal, São Paulo e Santos, estes últimos com nomes bem representativos da cultura local e que, junto com o Cristal não possuem sequer uma sede para se reunir, aparecem com os seus times feitos de última hora, nas vésperas de cada campeonato, após receberem os subsídios governamentais. Lógico, pois ainda não estão em estado de insanidade mental.

Duas torcidas do Estado que ainda rivalizavam com os alienantes eram as galeras do Clube do Remo e do Paysandu de Belém, por conta do grande número de paraenses que residem aqui, os quais, emudeceram temporariamente em função da iminente falência dos dois tradicionais clubes paraenses, despencados para o buraco negro da terceirona junto com a Tuna Luso.

O futebol do Amazonas se arrasta na terceira divisão fantástica há anos e somente sobrevive com subsídios da Prefeitura de Manaus. Este ano deverá cair para o ostracismo o último clube de toda a região norte do país, o glorioso Clube do Remo.

Essa é a situação de penúria do futebol brasileiro em todos os 27 Estados do Brasil, inclusive no interior dos Estados mais ricos (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul), em cujas Capitais estão os únicos clubes do Brasil com permissão das autoridades para irem sobrevivendo com os milhões das Redes de Televisão.

Apenas, para se ter uma idéia do supremo sacrifício dos clubes do interior paulista, os deserdados participam de uma Copa do Estado "B" realizada no segundo semestre, apenas, para ludibriar o artigo 8º do Estatuto do Torcedor que exige 10 meses de atividades operacionais para os clubes de futebol profissional e como, alguns clubes disputam a segunda e a terceira divisão do futebol brasileiro, os clubes entram com as equipes Bs. Um campeonato digno de gozação, tal o estado de decadência que chegou o futebol brasileiro.

Nos demais Estados, nem essa gozação existe. São dez meses de paralisação e estamos conversados.

E por falar em ganância dos Treze, eles estão muito animados com a entrada da Rede Record de Televisão na briga pela transmissão dos próximos campeonatos nacionais. Fala-se em cifras superiores a R$ 1 bilhão por ano, que serão, claro, rateadas entre os 13 espertalhões e os seus agregados pedintes, além dos seus assalariados encastelados nas entidades diretivas em todo o país.

Enquanto isso, os cronistas esportivos brasileiros anciãos, os que restaram de uma profissão em extinção por absoluta falta de serventia e de atividades, azeitados pela máquina de alienar ainda batem palmas para os relevantes serviços prestados pelas entidades diretivas e para enfatizar o estrondoso progresso e desenvolvimento dos clubes locais.

E ainda, querem que acreditemos que irão investir no futebol feminino.

O grave equívoco desse sono eterno coletivo de conveniência é que, quando indagados pelos subservientes de plantão sobre a situação do futebol estadual, os Presidentes das respectivas federações e os governadores, respondem de alto e bom som: Ah! O nosso futebol vai muito bem obrigado. Estamos trabalhando com afinco para o desenvolvimento do nosso futebol que avança de vento em popa. O que é reiterado, por parlamentares, prefeitos, dirigentes, secretários e por todos os dorminhocos em uníssono.

Eta! paiseco sem futuro!
Postado com indignação por Roberto C. Limeira de Castro às 16:05



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