domingo, 16 de setembro de 2007

Quando será que tomaremos tendência?

União Européia e Portugal: Um grande ensinamento para os governantes, parlamentares e para o povo brasileiro.
Foi aprovada no último dia 04 de setembro de 2007, pela Assembléia da República de Portugal a Lei nº 58/2007 que institui o Programa Nacional de Política de Ordenamento Territorial do País.

Com apenas 91.585 Km² e pouco mais de 10,1 milhões de habitantes (número de 2002), o nosso pequenino irmão europeu se assemelha ao Estado Brasileiro congênere, que ainda hoje poderia se chamar Nova Luzitânia (Pernambuco)
Portugal
Fonte:www.mapadeportugal.net/

Entretanto, em que pese o seu pequeno território, produz um PIB de quase R$ 300 bilhões, que equivale à cerca de seis vezes o PIB do nosso querido Estado nordestino (dados de 2004), que tem, mais ou menos, um tamanho territorial equivalente. E agora pasmem, possui a mesma relação em termos de vezes ao nosso Estado do Pará, em cujo território cabem 13,5 países como Portugal no seu interior. Isso significa que, se dividíssemos o Pará por 13, poderíamos ter 13 Estados brasileiros do porte de Pernambuco. Se tivéssemos a mesma eficiência de Pernambuco o PIB do Pará poderia ser de R$ 620 bilhões, ou seja, maior que o PIB de São Paulo. Com a mesma eficiência de Portugal que é um dos países mais ineficientes da Europa, o seu PIB cresceria para R$ 3,7 trilhões, ou quase duas vezes o PIB do engessado Brasil.

Não podemos esquecer que além de 13,5 vezes maior que Portugal, o Pará tem muito mais riquezas minerais, florestais, aqüíferas e de biodiversidade que o pequenino país Europeu e até o nome de inúmeras cidades portuguesas como Faro, Santarém, Viseu, Chaves, Aveiro e Bragança.

Composto por 18 distritos e duas regiões autônomas oceânicas, que correspondem a 20 Estados, os parlamentares portugueses chegaram a conclusão de que o país é muito mal administrado na sua região interiorana, dando excessiva atenção aos grandes conglomerados metropolitanos. Assim, induzidos pelo Plano Europeu de Ordenamento Territorial já aprovado pelo parlamento europeu, os portugueses irão fazer uma verdadeira varredura no seu território para uma gestão territorial mais profícua, científica e eficiente do País.

O projeto global da União Européia será repetido por cada um dos 27 Estados Nações que a compõem, cujos territórios somados, totalizam 3.976.372 Km² (menos de metade do Brasil), uma população de cerca de 500 milhões de habitantes e um pequeno PIB de apenas 10,2 trilhões de Euros, ou o equivalente a cerca de, R$ 27 trilhões ou ainda, por coincidência, 13,5 vezes o PIB do nosso engessado e cataléptico Brasil, acometido de trombose aguda do seu lado direito de quem olha para o norte.

União Européia

Fonte: Folha de São Paulo


No entanto, os europeus preocupados com a sua ineficiência territorial estão re-ordenando todo o seu território e o mapa político-administrativo da União para diminuir as disparidades regionais, melhorar a qualidade de vida dos habitantes das comunidades do interior, dar maior autonomia às regiões etc.etc.Isso, por que a União Européia já comporta centenas de Estados como os nossos em metade do território.

Aqui no Brasil, apesar dos milhares de tratados acadêmicos escritos sobre gestão territorial, geopolítica, desenvolvimento econômico, democracia, representatividade política e eficiência administrativa, o Governo Brasileiro acaba de lançar um Plano Plurianual 2008-2011 e um Plano de Aceleração do Crescimento com “Zero Reais” para o tema da nossa eficiência territorial.

Já, as nossas ditas elites estão muito felizes com a nossa anacrônica, ultrapassada e incongruente política territorial, a fantástica eficiência econômica acima demonstrada, o ótimo equilíbrio inter-regional e a maravilhosa distribuição de renda e defendem com unhas e dentes a atual configuração do Mapa Político Brasileiro. Em que são acompanhadas pela nossa também eficiente grande mídia nacional.

Vamos acompanhar em detalhes os estudos europeus e americanos sobre o ordenamento territorial de cada Estado deles e desfilar aqui todos os dados e detalhes mais importantes, para que os poucos brasileiros que nos lêem saibam como estão sendo ludibriados na sua boa fé e nas suas esperanças e possam transmitir a nossa indignação para outros brasileiros.

E não vamos morrer de vergonha diante do nosso quadro de acomodação e ineficiência atávica e congênita, mas, reagir e exigir dos responsáveis que se manquem e tomem tendência.

Postado por Roberto C. Limeira de Castro às 19:40

Um comentário:

Val-André Mutran  disse...

Seu artigo foi reproduzido no site do Estado do Carajás >> www.estadodocarajas.com.br