sábado, 22 de setembro de 2007

E o Pulso ainda pulsa no moribundo terminal.

COPA DO NORDESTE VOLTA EM 2008

Afastado há mais de um ano das hostes futebolísticas e prometendo a nós mesmos de jamais voltarmos a ser dirigente de qualquer coisa neste setor, não tomamos conhecimento do maior acontecimento político-futebolístico de 2007, dessa pobre-rica província econômica.

Mas, esse grande acontecimento ocorreu em Recife no último dia 25 de julho de 2007, sob a batuta do grande Mestre nordestino Dr.Carlos Alberto Gomes Oliveira.









Histórica reunião de 25 de julho de 2007 com os Presidentes das Federações Estaduais de Futebol do Nordeste retomando um passado de 15 anos perdidos, com a refundação do Fórum Permanente do Futebol do Nordeste - FPF-NE que nunca deveria ter acabado.
Fonte: Portal da Federação Pernambucana de Futebol
Acesse e leia a ata de fundação da nova entidade nordestina, que ainda não descobriu o poder que tem.


Em clima de grande harmonia e espírito democrático, o futebol do nordeste voltou a existir depois do pavoroso golpe sofrido em 2003 com fim ditatorial do melhor certame do Brasil, reconhecido pela Revista Placar em 2001.

Revista Placar reconhece o Campeonato do Nordeste de 2001 como o melhor do Brasil.

E os grandes culpados pelo retrocesso de quase 15 anos de lutas democráticas pela melhoria do futebol do Nordeste e das demais regiões do Brasil foram os grandes clubes da região que cresceram os olhos no poder político, tentando desestabilizar as Federações Estaduais e a Confederação Brasileira de Futebol.




Nordeste Oriental - PIB de R$ 230 bilhões - População de 35 milhões de habitantes - Maior que a Argentina, o Chile, a Colômbia e superior a Uruguai, Paraguai, Bolíiva e Equador juntos. Os grandes clube regionais são vítimas de um roubo vergonhoso de seus mercados pelo cartel dos Treze que beneficia apenas 13 clubes de apenas quatro áreas metropolitanas. Uma vergonha para o parlamento brasileiro, que se omite de suas responsabilidades, ao não exigir os direitos destes Estados pobres coitados.


No dia em que os clubes mandarem nas federações e na CBF, a desordem hierárquica se instalará e as vezes é necessário ter mãos de ferro. E como carrapeta (gíria infantil de piãozinho) não pode dar em pião, os clubes tiveram o prejuízo que mereciam para aprenderem a tomar tendência. Pena que não usem a mesma autoridade para coibir os abusos do Clube dos Treze.

Perderam um montante total em taxas de televisionamento que já chegara a R$ 18 milhões anuais com a cobertura magnífica da Rede Globo, sob a influência direta e decisiva do espúrio Cartel dos Treze que não admite qualquer forma de vida no futebol brasileiro fora das quatro cidades (Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre) e das 13 desgraças que se abateram sobre o futebol brasileiro desde 1987. Foram eles, que já se locupletam ilegalmente de mais de 95% dos recursos do nosso futebol, das verbas de duas loterias esportivas federais (Esportiva e Timemania), sob a pusilanimidade das autoridades federais e as vistas grossas do parlamento brasileiro, do monopólio da Seleção Brasileira, enfim de tudo, foram ainda tomar uma esmola que a Rede Globo concedia aos mortos de fome do nordeste, norte e centro-oeste. Como resultado, o futebol brasileiro, que vinha lutando desde o começo dos anos noventa para ter um alento de vida, entrou em parafuso, definitivamente.

Na esteira do desastre, as ditas regiões amaldiçoadas perderam, também, o maior evento do calendário esportivo e turístico-futebolístico do Brasil, a Copa dos Campeões, que entre outras qualidades, levava o campeão à Copa Toyota Libertadores.



Grande Festa da Copa dos Campeões realizada na Paraíba e Alagoas em 2000. Trajetória tristemente interrompida pela ganância dos dirigentes do Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e um de Salvador. Por que as demais áreas metropolitanas - Manaus, Belém, Fortaleza, Natal, J.Pessoa, Maceió, Aracaju, Goiânia, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Vitória, Campinas, Cuiabá e Campo Grande - pelos menos estas, não têm direito a nada? Com que poder esse grupo ilegal de clubes açambarca os mercados que não lhes pertecem?


Rasgado o Calendário Quadrienal do Futebol Brasileiro na cara do Ministro dos Esportes que assinara o documento e outra grande catástrofe se abateria sobre o nosso depauperado futebol. A invasão do primeiro semestre, período reservado às manifestações da cultura futebolística das diversas regiões étnicas que formam a nacionalidade brasileira, em total incongruência com os Objetivos Nacionais Permanentes, os ditames de atenuação das disparidades regionais da Constituição Federal, a verdadeira e tão badalada integração continental de todas as regiões e o ordenamento jurídico do país.



Calendário Quadrienal do Futebol Brasileiro - 2001 - 2005 - que contemplava os certames regionais de futebol em grandes regiões, a Copa dos Campeões e os Campeonatos Brasileiros das Séries A e B, estes últimos confinados no segundo semestre, como manda as leis e as tradições do Brasil em respeito às manifestações culturais do futebol das diversas regiões étnicas que formam a nacionalidade brasileira. Rasgado e jogado no lixo três anos antes do seu término.Propaganda enganosa.


Esses malfadados certames da Série A e B que costumamos denominar de “Enfadonhões” se arrastam com uma lesma esmagada por nove longos meses, privilegiando apenas 40 clubes e pouco mais de dez Federações Estaduais dominantes, sem qualquer respeito pelos brasileiros de quatro das cinco regiões brasileiras e somente vão ser estancados quando o futebol brasileiro estiver reduzido a pó de fezes secas.


Evidentemente, com tantos equívocos, a decadência veio em velocidade, não a cavalo, mas, em bólido de fórmula um. As três regiões mais pobres, cujos dirigentes concordaram com a patifaria e o aviltamento, viram os seus principais grandes clubes entrarem em colapso, despencando como Maria Mole das Séries A e B para o buraco negro da Série C ou mesmo, para o vácuo dos sem campeonatos.

Entre 2001 e 2006 se afundaram no buraco negro do ostracismo, o Moto Clube e o Sampaio Correa-MA, a Tuna Luso, o Paysandu, e o Remo-PA, o Sergipe-SE, o Nacional e o São Raimundo-AM, o Vila Nova e a Anapolina-GO, o ABC-RN, o Bahia e o Vitória-BA, a Desportiva Ferroviária-ES, o Guarani-SP, o Joinville-SC, o Caxias-RS, o Londrina-PR, enquanto, o Fortaleza-CE, o Santa Cruz-PE, Coritiba-PR e Portuguesa, Ponte Preta e São Caetano-SP cairam para segunda divisão. Campeonatos ou suicídio coletivo?

Foram para o brejo, definitivamente, o futebol do Amazonas, do Pará, do Maranhão, do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Bahia, de Sergipe, de Goiás e de Brasília, já que Piauí, Paraíba, Tocantins, Amapá, Rondônia, Acre, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul já não se escafederam há vinte anos.



Com um PIB e populações superiores aos países como Argentina, Chile, Colômbia e Peru, as regiões brasileiras do nordeste, centro-oeste e norte não existem no mapa futebolístico mundial, mesmo contando com 22 Federações Estaduais de Futebol, enquanto, as regiões Sul e Sudeste, que pensam que estão fazendo um grande negócio, caminham na mesma direção da bancarrota.

Deviam colocar na cabeça que o todo não funciona sem as partes, como regra básica. A morte iminente que se abate sobre o futebol de quatro das cinco regiões brasileiras e que não tardará a se abater sobre o sudeste não deixará pedra sobre pedra, em permanecendo a atual estrutura e o calendário agonizante do nosso futebol.

Somente num país de surdo-mudos e sem representatividade democrática, apenas quatro entres os Estados da Nação de um total de 27 unidades federativas e apenas 13 clubes de quatro áreas metropolitanas açambarcam todos os recursos de uma instituição secular que se diz nacional, diante do silêncio moribundo de 22 outros Estados e do Distrito Federal.

Já é mais do que hora de retomarmos o touro pela unha e apesar de 15 anos perdidos e irrecuperáveis, antes tarde do que nunca.

Afora essa pequena e humilhante demonstração de que ainda estão vivos, os Presidentes das Federações de todo o Brasil, tem que tirar a mordaça da boca e exigir a imediata participação de clubes representantes de todas as regiões do país na Copa Toyota-Libertadores, as compensações financeiras pelos seus mercados roubados, o urgente financiamento das Federações de todos os esportes com verbas constitucionais dos orçamentos esportivos dos Governos Estaduais para dar um mínimo de independência e autonomia política às entidades dirigentes e uma reformulação total e irrestrita do Calendário Nacional mal caráter da CBF.

Com a palavra os Fóruns do Nordeste, Centro-Oeste, Norte e Sul (três dos quais foram extintos e ainda não refundados), por que dos comilões do sudeste nada pode se esperar, apenas a vergonhosa apropriação dos mercados que não lhes pertencem.

Isso, se desejarem salvar, em tempo, os cacos que restaram do Futebol Brasileiro da bancarrota final.

Agora, a história do Futebol Brasileiro não se pode esconder, não é mesmo?
Postado por Roberto C. Limeira de Castro as 12:45

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