domingo, 13 de abril de 2008

A maioria dos clubes profissionais brasileiros continuará sem atividades

O Estatuto do Torcedor continua letra morta para os dirigentes máximos do futebol brasileiro: Cria-se uma nova Série “D”, entretanto, em vez de se dar oportunidades a mais clubes inativos, rebaixa-se, os que já estavam na Série C, e diminui-se a quantidade.


O que poderia se tornar num grande avanço no futebol brasileiro, se torna, nas mãos de dirigentes sem compromissos com os clubes federados, uma falácia ainda pior.

A criação da Série D é imprescindível para se agregar um maior número de clubes no circuito nacional do futebol. Entretanto, não deveria ser aproveitada, para submergir, ainda mais, dezenas de clubes de inúmeros Estados brasileiros, tirando-os da Série C e afundando-os, compulsoriamente, para um nível, ainda, mais baixo.

O país conta com mais de 500 clubes profissionais e com tendência ao crescimento, com a criação e o desenvolvimento de novos municípios. Como pode, as três principais divisões do futebol nacional comportarem apenas 60 clubes? Pouco mais de 10% do total, levando-se 90% ao ostracismo e a bancarrota.

O número de 104 clubes já era exíguo e contraproducente para as três Séries, anteriormente, existentes (20 na Série A, 20 na Série B e 64 na Série C.).

Por que, não transformar as atuais Copas Estaduais em grupos estaduais da Série D, barateando o custo no âmbito local, com os campeões das 27 Copas, se juntando aos vice-campeões de cinco das unidades federativas mais ricas (SP-RJ-MG-RS-PR), para formar uma segunda fase da Série "D" com 32 clubes? Assim, todos os clubes da primeira divisão de todos os Estados brasileiros teriam a oportunidade de galgar os certames nacionais pelos seus méritos próprios.

A série C continuaria com os mesmos 64 clubes, em grupos maiores regionalizados de 16 clubes cada, para se evitar a eliminação de 50% dos participantes nos primeiros vinte dias, classificando-se, os quatros primeiros de cada grupo para a segunda fase. Quatro clubes seriam promovidos para a Série B e oito seriam rebaixados para a D, com oito sendo promovidos no sentido contrário (da Série D para a C), proporcionando uma maior mobilidade entre os clubes pequenos e médios brasileiros.

Uma forma de melhorar as finanças dos clubes brasileiros de todos os Estados poderia ser o aproveitamento da Timemania, onde pudessem receber recursos todos os clubes credenciados nas quatro Séries dos Campeonatos Brasileiros. (Leia o ensaio anterior com as nossas propostas para o aperfeiçoamento da nova loteria).

Deixar os torcedores de centenas de clubes brasileiros sem poderem votar nos seus clubes do coração e de suas cidades, compromete a arrecadação da Timemania e configura-se como uma terrível injustiça, tanto para os torcedores e apostadores, quanto para os dirigentes.

Esse sistema não iria prejudicar em nada a arrecadação dos grandes clubes brasileiros, ao contrário, iria motivar os seus torcedores, pois, na nova sistemática proposta, o pagamento das parcelas relativas a cada clube seria baseado na arrecadação bruta porporcionada por cada torcida.


O cálculo da parcela de cada clube poderia se basear no número de apostadores efetivos votantes, como um estímulo aos torcedores de todos os clubes, a ajudarem os seus clubes através das apostas da Timemania.

O sistema sugerido é extremamente fácil. O apostador joga nos 80 clubes mais populares, entretanto, vota num maior número de clubes que inclua os seus clubes do coração, onde quer que ele esteja, desde que o mesmo esteja numa das divisões do futebol brasileiro. Seriam cerca de 250 clubes contemplados, o que, certamente, aumentaria significantemente, a arrecadação total da Timemania.

17% do valor bruto apurado com base nos votos reais dos torcedores seriam para pagar as dívidas federais e 5% creditados nas contas de livre movimentação dos clubes. Simples e coerente!

A modificação da Timemania é de fácil implementação, bastando para isso o acionamento dos deputados federais de cada cidade, para que os mesmos submetam a proposta de alteração da Timemania ao Congresso Nacional, imediatamente.

Já, a necessidade de atividades operacionais para todos clubes profissionais brasileiros por no mínimo de dez meses ao ano, em respeito ao Estatuto do Torcedor depende da valiosa colaboração dos Presidentes das Federações Estaduais, para com os seus representados. Na política de não inclusão vigente na atual conjuntura do futebol brasileiro, somente uma pressão dos dirigentes dos clubes prejudicados, poderia suscitar uma resposta mais humanista pelos dirigentes centrais.

Como ninguém reivindica nada, com medo da ditadura vigente, fica o dito pelo não dito, e salve-se quem puder.
Fica aqui, a nossa sugestão. Mexam-se!

Editado por Roberto C. Limeira de Castro as 21:40

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