Desde a fundação entre
a simbologia do Altar da Pátria e a tentação totalitária da imitação caricata.
BOZZÓLÂNDIA CARIOCATA (Mistura de Carioca com Caricata)
A nossa bandeira e o nosso fumacê jamais serão vermelhos,
afirmam os fanáticos torcedores do Botafogo F.R. do Rio de Janeiro.
Presentes à primeira reunião de fundação do Botafogo da
Paraíba, e não há hipóteses de que isto não tenha acontecido, muitos garotos
filhos dos funcionários dos escalões superiores do Governo Paraibano desejavam
a inclusão da cor vermelha entre as cores do clube. Mas, apesar da comoção que
tomara conta da Capital, do Estado e do Brasil, os "cariocatas" os abafaram e
impingiram a imitação do velho Botafogo F.C. do Rio de Janeiro – de antes da
fusão com o Clube de Regatas Botafogo, que só ocorreu em 1942.
Mas, em reverência às cores da bandeira do Négo, do verbo
negar, na sua simbologia de sangue, luto e paz, revolucionários de 1930, no sentido
paraibano do termo, contrários aos alvinegros trouxeram uma porção de
tricolores para a direção política e técnica do clube no início de 1936.
Antônio Tourinho Paes Barreto e seu corpo de dirigentes, técnicos e
atletas favoráveis à cor vermelha no início de 1936.
Com maiores recursos financeiros incorporados pelos novos
dirigentes capitaneados por Antônio Tourinho Paes Barretos, um ícone na história
da agremiação, os próceres Pró-Paraíba e Pró-João Pessoa surpreenderam a todos
quando em meados de 1937 enviaram um ofício à Liga Paraibana de Desportos –
LDP, oficializando as novas cores do clube.
A ousadia dos novos dirigentes provocou a renúncia do
Presidente fundador e de seu parceiro, ambos estagiários de encadernação do
Jornal “A União”, que deixaram o clube – Recorte de A União de 14 de abril de
1937.
Após a conquista do primeiro tricampeonato (1936-37-38), que
tornou o clube grande, como tricolor, os fracassos de 1939-40 e 41 resultaram
num retirada estratégica e forçada da agremiação do campeonato, por eventual
falta de recursos e o clube entrou em recesso em 1942 e 1943.
Botafogo em vermelho e preto 1946
Os tradicionais adeptos da imitação alvinegra do Botafogo
F.R., na época (1944) após a fusão ocorrida no Rio de Janeiro, retomaram à direção do clube e voltaram ao campeonato de 1944 com uma simbologia ainda mais
forte – A Estrela Solitária que aparecia na enseada de Botafogo no Rio – sob a forma
da Estrela Dalva da Manhã, na verdade o planeta Vênus, que reflete a luz
vermelha do Sol na sua superfície. A Propósito, moramos e vivemos em João
Pessoa e não no Rio de Janeiro. E a mesma estrela também aparece em Tambaú e em
todo o litoral da Paraíba.
Imagens do mapa da superfície vermelha de Vênus capturada na
Internet, cuja luz solar é refletida para a Terra.
Créditos e acesso em : http://gaiaufvjm.blogspot.com.br/p/observatorio-do-sistema-solar_12.html
Retorno do Botafogo F.C. em 1944, ostentando a estrela
solitária importada do Botafogo F.R. do Rio de Janeiro, recém submetido ao
processo de fusão com o Clube de Regatas Botafogo em 1942. (Foto Nuca).
Abocanhando um bicampeonato em 1944 e 1945, os torcedores do
Botafogo F.R. logo perderam a hegemonia nos anos seguintes de 1946 e 1947 para
os adeptos do vermelho, que voltaram a carga com as cores de nossa bandeira.
Com a conquista de um tricampeonato, um bicampeonato e outro
tricampeonato (1947-48-49), a agremiação se tornara grande demais para ser apenas uma imitação caricata em contraste com
um clube do povo paraibano. Então, as duas correntes se engalfinharam ao longo
dos anos vindouros nesta disputa sem qualquer sentido prático e chega aos seus
90 anos de existência cheio de vigor e patrimônio, mas dividido.
Segundo os renitentes torcedores do Botafogo Carioca, Branca,
Preta e Vermelha do hino do clube não significa “Tricolor”, mas “Alvinegro da
Estrela Vermelha”, tática diversionista à la Joseph Goebbels da mentira
repetida. Alegam que este hino não existe, apesar da composição ser tocada
milhares de vezes durante os gols do clube.
Esta incoerência fanática ocorre repetidamente por ocasião
dos gols do clube, quando um adesista falastrão reverbera o seu mantra carioca,
enquanto o operador de rádio difusão toca o hino tricolor ao fundo em cima de
suas aleivosias. Tudo, na Rede Mundial de Computadores da Internet – nada
salutar para a imagem institucional da agremiação.
A cúpula maior do clube não deveria permitir essa tentativa
de dilapidar o nome da instituição ocorra semanalmente em cadeia mundial e tomar uma
decisão definitiva sobre as cores do clube. Em vez de reprimirem os torcedores
de portar as bandeiras da Paraíba, bandeiras tricolores citadas no hino e a
tradicional fumaça vermelha, deveriam
ousar em abolir ou não, o hino e a cor vermelha do escudo, alusivos à cidade e
ao Estado, para não confundir aos torcedores e dividir os dirigentes e
conselheiros em alas recalcitrantes contrárias.
Se aproximam as comemorações do centenário e não se pode
continuar com uma pendenga ideológica de quase cem anos. Isto não pega nada bem
para imagem institucional do gigante paraibano.
Cheio de simbologias, absolutamente fantásticas em seu
passado histórico, o Botafogo da Paraíba, em vez de tomar partido mercadológico
de suas ligações intríssecas com a Capital e a sua população, com a Bandeira do
Estado e o Sistema Solar, com as homenagens ao seu Mártir maior, prefere adotar
as informações falsas através de fanáticos torcedores de um clube de fora e de
alguns próceres amadores, que se
autodigladiam em picuinhas fúteis e inadequadas.
Alvinegro é o Treze de Campina Grande. O Botafogo F.C. de
João Pessoa é Tricolor, como magistralmente difunde o seu hino.
Um pouco de história
verdadeira não faz mal à ninguém.
Há uma enorme hipótese da reunião preparatória prévia na
noite anterior na Praça Venâncio Neiva ter sido deliberadamente proposital para
a costura de uma aliança estratégica entre alguns garotos em torno do nome do
clube, das cores a serem adotadas e dos membros que comporiam a primeira
diretoria.
Por ocasião, o jornal A União havia publicado uma extensa
reportagem sobre a inauguração do Cristo Redentor com a visão do Salvador para
a enseada de Botafogo, como podemos deduzir e magistralmente nos indicou o
historiador Edvaldo Nunes. A cidade Maravilhosa estava em destaque e em alta
com os dois clubes cariocas denominados Botafogo F. C. de 1910 e o Clube de
Regatas Botafogo, mais ou menos da mesma época, antes da fusão das duas
agremiações que somente ocorreu em 1942.
Caso essas duas hipóteses históricas procedam e tudo indica que sim, também havia
outra hipótese de resistência pela inclusão da cor vermelha no uniforme do
mesmo clube por expressivo número de jovens pela homenagem ao nosso mártir
maior, o Presidente João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, após as comoções da
intervenção federal no Estado com pressões avassaladoras vindas do eixo de
poder do Rio de Janeiro e São Paulo, que prenunciavam o assassinato no grande
líder paraibano em 26 de julho de 1930, comoção esta ainda mais forte. A
disputa por poder era de nível nacional e a Paraíba tinha lado. Minas Gerais e
o Rio Grande do Sul.
Entre os garotos fundadores havia vários filhos de membros
dos escalões superiores da administração pública do Governo Paraibano,
influenciados pelos pais, entre eles um parente próximo do Próprio João Pessoa, Livonete
Pessoa filho do Coronel Antônio Pessoa, Raul de Oliveira filho de Matheus de
Oliveira, engenheiro encarregado da construção do Manicômio Judiciário Juliano
Moreira, Manuel Felix de Almeida, atleta egresso do Santa Cruz paraibano, o
próprio Edson Machado, o filho de uma delegado de polícia de Barreiras,
distrito de Santa Rita, além de vários atletas adolescentes oriundos da elite
paraibana, tais como José Henriques, Herbert Henriques, Enoque Lins, José Alves
de Mello e vários outros, cujos pais e familiares tinham participado do Altar da
Pátria, cerimônia religiosa e Santa Missa em Ação de Graça ao ar livre em
plena Praça Felizardo Leite, em frente da Escola Normal, contra a intervenção Federal
no Estado. Em 1929.
Altar da Pátria em frente à Escola Normal e
contra a intervenção Federal no Estado - Santa
Missa em Ação de Graça em 1929.
Cortesia do Atleta Herbert.
João Pessoa no Altar da Pátria acena
para a multidão que compareceu à
Santa Missa. Cortesia do Atleta Herbert
Como enfatizaram os atletas fundadores que entrevistei em
finais do anos noventa, diante da indagação sobre a origem tricolor do clube e
a inclusão da cor vermelha de nossa bandeira, que simbolizava o sangue
derramado por João Pessoa, a pressão para inclusão das cores fatídicas no seu
uniforme (O vermelho do sangue e o preto do luto), praticamente ninguém
aceitava outra hipótese.
A introdução da nova bandeira do Estado e a mudança do nome
da Capital e do Estado eram os temas daquele momento histórico.
Com a vinda de vários próceres, atletas, dirigentes técnicos
e adeptos do vermelho para o clube em 1936, os sentimentos paraibanos
represados e abafados pelos partidários da imitação eclodiram numa avalanche
vermelha, que praticamente culminou com a renúncia do imitador solitário. Quase
uma espécie de expulsão do Presidente fundador Beraldo de Oliveira, dotado de
uma forte personalidade.
Após a renúncia, Beraldo debandou do clube e jamais voltou às
hostes botafoguenses, apesar de ser filho do jardineiro do Palácio da Redenção
e estagiário do jornal A União, importantes instâncias do Governo Paraibano.
Mas, uma pedra permaneceu nos sapatos dos vermelhos – o ponta-direita
José Américo de Almeida Filho, herdeiro de um importante Secretário de João
Pessoa e personalidade de grande poder político, o escritor e ex-Ministro José
Américo de Almeida.
Tendo residido no Rio de Janeiro com o Pai e a família,
Américo Filho se tornou um grande torcedor e conselheiro do Botafogo F. R. com
o seu imenso prestígio político.
Adesistas pelo retorno do uniforme alvinegro foi o que não
faltaram, após a fama dos Almeida, integrantes da alta cúpula da Nação.
No retorno do clube ao campeonato de 1944, após o recesso
necessário de 1942-1943, a sugestão para inclusão da estrela solitária no
uniforme do time de 1944 pela primeira vez, símbolo da estrela Dalva (O Planeta
Vênus) que aparecia todas as manhãs na enseada de Botafogo no Rio, sob os
olhares atentos do Cristo Redentor, não há dúvidas que foi de José Américo de
Almeida Filho – o grifo é meu – para espantar de uma vez por todas das hostes
paraibanas, os partidárias do vermelho.
Mas, as tramas históricas de uma sociedade são tinhosas e não
obedecem aos poderosos de plantão.
Na inauguração do Estádio Almeidão em 1975, o clube adentra
ao gramado, exatamente para enfrentar o seu congênere carioca, mas com o
uniforme adornado com a simbologia da bandeira do Négo em seu escudo. Logo no dia
em que se homenageava o maior dos torcedores do Botafogo do Rio, José Américo
de Almeida Filho – Caprichos da história da humanidade – o clube ressurgia
tricolor, na gestão do militar e Presidente Tenente Bittencourt.
A decisão e a novidade agradou e atraiu para a Presidência do
Clube um empresário que acabava de chegar ao Estado, José Flávio Pinheiro Lima,
tricolor paulista de quatro costados que aceitou em tirar o clube de uma séria
crise financeira. Então, a estrela branca sob á égide do Négo se transformou
numa estrela vermelha maciça e potente sob um fundo preto, segundo informações, por
sugestão do narrador e publicitário Ivan Thomas, da Rádio Tabajara da Paraíba.
Um hino foi introduzido pelo compositor Jáder Pordeus consolidando
para sempre o pavilhão tricolor com as cores da Paraíba.
Mas, fiquemos atentos, pois a corrente colonialista interna
da imitação caricata continua atuando nos bastidores do clube para reprimir os
torcedores paraibanos que utilizam as bandeiras tricolores, alusivos à João
Pessoa e à Paraíba e a fumaça vermelha nas arquibancadas, além de torcedores do
Botafogo do Rio infiltrados na imprensa. E são Muitos.
Informo aos imitadores de que o clube carioca que gerou o
clone foi um dos conspiradores do Clube dos Treze em conluio com o Edifício sem
Nome que expulsou o Botafogo-Pb e os demais grandes clubes do Estado da
Primeira Divisão do Futebol Brasileiro, gerando essa anomalia hegemônica
trágica de quase 35 anos de organização do futebol brasileiro sem
representatividade das Unidades Federativas da República criada para o
fracasso, a falência e a fraude, sobre as ruínas deles próprios. Desde 2012, os
conspiradores já foram punidos com fuga, prisão e banimento, mas morrerão todos
com a boca cheia de formiga à largar os trágicos ossos da organização falida sem os
brasileiros.
Não dá para compactuar que aqueles que desejam destruir o
futebol paraibano e de dezenas de Estados.
Nenhum clube do mundo de três hinos destinados à manipulação
dos seus torcedores.
Ouçam essa beleza de hino do tricolor paraibano em homenagem
nas suas cores, à nossa Capital, ao nosso Estado, à nossa Bandeira e o nosso
Mártir Maior.
https://youtu.be/0qm74NvctPs
Agora ouçam o hino da ala dos fanáticos dilapidadores do clube, em discurso monótono sem qualquer harmonia musical.
https://youtu.be/0qm74NvctPs